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Parque industrial do ABC recebe mais 700 fábricas
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
15/12/2001 | 17:59
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O professor do Centro Universitário Municipal de São Caetano (Imes) Antônio Joaquim Andrietta afirmou que o parque industrial do Grande ABC chegou a 1999 com 700 estabelecimentos a mais do que tinha em 1988. O número apresentou um aumento de 17,5% em 12 anos e passou de 3.974 para 4.670. Os dados foram colhidos com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego. As empresas são obrigadas a entregar a declaração todos os anos. A última edição foi entregue em abril deste ano com base em informações do ano 2000. Por isso os dados mais recentes são de 1999.

Andrietta disse que os setores industriais que mais cresceram foram: alimentos e bebidas, com 326 novas unidades de produção; e gráfico, que recebeu 154 novas unidades. Houve perdas também. A região perdeu 85 fábricas do setor de mecânica, 30 de têxtil e vestuário, 25 de minerais não metálicos, 44 de madeira e mobiliário, 129 de borracha e outras 27 de subsetores diversos. No entanto, o saldo final é positivo.

Andrietta afirmou que a região perdeu indústrias que pertenciam a atividades tradicionais como cerâmica, mobiliário, produtos de borracha e máquinas, em que o nível de adequação tecnológica não resistiu aos processos de abertura econômica. Entretanto surgiram novas tendências. Ele ressaltou que os acontecimentos que marcaram a indústria da região devem ser vistos de maneira mais ampla. "É pretensioso imaginar que, por si mesma, a região pode ditar e controlar todas as fases de seus ciclos industriais. As mudanças ocorridas na indústria da região foram provocadas por mudanças no Brasil e no mundo."

Além da influência de fatores macroeconômicos, como política de juros, inflação e câmbio, as indústrias tiveram de acompanhar mudanças estruturais. Em busca de competitividade, as empresas se modernizaram e precisam de menos espaço para produzir até mais e melhor do que faziam antes. As companhias decidiram adotar novos processos de trabalho, terceirizar serviços e eliminar estoques para acompanhar qualidade e custos mundiais.

O professor acredita que o Grande ABC precisa resolver problemas estruturais que afetam o planejamento das empresas, mas acredita que a indústria da região poderá recuperar parte das vagas fechadas por causa das crises econômicas. No entanto, ele crê que apenas uma pequena parte dos 120 mil empregos eliminados no processo de modernização poderia ser oferecida novamente.




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