Numa entrevista coletiva em seu escritório, Flynt disse que tem em seu poder um documento da segunda esposa de Barr, Gail Vogel Barr, no qual ela afirma que o político da Geórgia, um enérgico oponente do aborto, pagou para que ela fizesse um aborto em 1983, quando ainda estavam casados.

Barr, que é membro do Comitê de Justiça da Câmara, e votou pelo impeachment de Bill Clinton, nao foi encontrado para comentar as declaraçoes de Larry Flynt, mas o editor da Hustler disse ter uma carta do republicano dizendo serem falsas e mal intencionadas as acusaçoes que pesam sobre ele.

Um porta-voz de Barr nao retornou várias ligaçoes, mas a CNN informou nesta terça que o republicano havia divulgado uma declaraçao na qual se recusava a comentar sua vida particular e afirmava nunca ter cometido perjúrio. Além disso, a declaraçao dizia, segundo a CNN, que ele nunca havia ``sugerido, conclamado, forçado ou encorajado ninguém a fazer um aborto'.

Flynt disse que pagou à segunda mulher de Barr por suas informaçoes, mas recusou-se a revelar a quantia. O editor da Hustler havia oferecido, num anúncio publicado no jornal The Washington Post, até US$ 1 milhao por informaçoes ``comprovadas' sobre aspectos da vida privada de alguns políticos.

Segundo Flynt, Barr levou a ex-mulher à clínica e mais tarde foi buscá-la. ``Ela é uma mulher admirável. Eles têm dois filhos e ela na verdade nao quer fazer mal ao ex-marido... é apenas que nada muda tao rapidamente a perspectiva moral de alguém quanto dinheiro em grande quantidade', acrescentou o editor.

Flynt disse que durante o processo de divórcio do casal Barr, em 1985, o republicano se amparou numa lei da Geórgia, parecida com a Quinta Emenda, para nao responder à uma pergunta sobre se tinha tido relaçoes extraconjugais com Jerilyn Ann Dobbin, que depois se tornaria sua terceira mulher.

Larry Flynt afirma que tudo isso demonstra a ``grande hipocrisia' daqueles que querem o impeachment do presidente Bill Clinton.