Economia Titulo Empresas
Pequenas da região
vendem 21,9% mais

Faturamento de março supera o de 2011 em R$ 300,8 mi;
no trimestre, também houve alta de 13,1% no faturamento

Soraia Abreu Pedrozo
do Diário do Grande ABC
09/05/2012 | 07:00
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As MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC venderam 21,9% mais em março, na comparação com o mesmo mês em 2011, o que equivale a R$ 300,8 milhões. No trimestre, o saldo também é positivo. Houve alta de 13,1% no faturamento, ou R$ 533 milhões a mais nos cofres dessas companhias.

O crescimento nas receitas supera a média do Estado de São Paulo. As MPEs paulistas venderam, em média, 7,3% a mais em março na comparação com o mesmo mês no ano passado e houve alta de 8,1% no acumulado do ano. Os dados integram os Indicadores Sebrae-SP, pesquisa mensal realizada pela entidade com apoio da Fundação Seade.

Segundo o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, o expressivo crescimento se deve ao mau desempenho no faturamento dessas empresas em 2011. De fato, em março do ano passado, as MPEs da região tiveram queda de 12% nas vendas em relação ao mesmo mês de 2010. No trimestre, o recuo foi de 5,2%, o que gerou perdas de R$ 221,3 milhões na receita. "Não vamos menosprezar a comparação, mas a grandiosidade do número se deve à base fraca em 2011."

Frente a fevereiro, a expansão nas receitas foi de 12,6%, enquanto que no Estado a alta foi de 7,7%. Caetano explica que geralmente o resultado de março supera o de fevereiro por conta do Carnaval, que contribui para diminuir as vendas, e a quantidade de dias úteis: março teve três a mais neste ano.

SETORES - Embora o estudo não traga recorte para setores no Grande ABC, é possível correlacionar os resultados a partir dos dados estaduais. O segmento que apresentou melhor desempenho foi serviços, principalmente os negócios ligados à construção civil e beleza e estética. Houve alta de 10,5% frente a março do ano passado e incremento de 8,5% no trimestre. Ante fevereiro, a expansão foi de 10,7%.

A proprietária do salão Studio Felina, microempresa de São Caetano, Elaine Cristina da Silva, integra a estatística. Seu faturamento subiu 5% em março e o número de clientes passou de 587 em fevereiro para 713 em março. "Percebi que muita gente procura o salão porque o mercado de trabalho hoje está mais exigente do que antes. As pessoas dependem de um bom visual", explica. "Além disso, o maior poder de compra faz com que consumidores nos procurem mais. Tanto que eu preciso aumentar meu efetivo de funcionários, mas infelizmente faltam profissionais qualificados neste setor."

Para Elaine, existe ainda mais um fator que anda contribuindo com o bom resultado. "Com as notícias de redução nos juros, as pessoas se animam e isso dá abertura para consumo maior."

O comércio também apresentou elevação no faturamento, o que foi puxado pelas vendas de material de construção, informa o representante do Sebrae-SP.

A indústria ainda sofre com a enxurrada de itens importados e, por isso, amarga saldos negativos. "A moeda segue muito valorizada e diversos itens entram de maneira ilegal no País, gerando concorrência desleal", comenta Caetano.

 

Burocracia na tomada de crédito atrapalha indústria

 

Para os próximos meses, o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, projeta que os setores de comércio e serviços vão continuar a trajetória de crescimento que vem sendo apresentada desde janeiro. "A tendência é que o consumo de bens e serviços siga alto, contando que a manutenção do emprego continuará sendo feita, assim como o consequente aumento no poder de compra."

Caetano critica, no entanto, a situação das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) da indústria. Mesmo com os anúncios das reduções na taxa básica de juros, a Selic - que em agosto era de 12,5% e, hoje, está em 9%, com perspectivas de mais quedas -, a dificuldade para conseguir financiamentos ainda é grande. "Embora essas medidas sejam positivas, principalmente porque está havendo reflexo nas taxas dos bancos, elas ainda são insuficientes", avalia. "Falta ainda tacar o lado da burocracia na concessão de crédito, que é forte."

Segundo Caetano, por conta desse entrave, muitos dos micro e pequenos empresários se financiam com cartão de crédito e cheque especial, meio mais rápido, mas muito mais caro.




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