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Tribunal pede 10 anos de prisao para ex-ditador do Panamá
Do Diário do Grande ABC
10/06/1999 | 14:43
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O Tribunal de Paris pediu dez anos de prisao e uma multa de 75 milhoes de francos (12,5 milhoes de dólares) contra o general Manuel Antonio Noriega, 61 anos, ex-ditador do Panamá, acusado de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

A adjunta do promotor, Dominique Perard pediu para a esposa do general, Felicidad Noriega, 51 anos, a mesma pena (a máxima para os dois acusados), além de uma multa de cem milhoes de francos (cerca de US$ 16,5 milhoes).

Perard pediu ainda a manutençao dos pedidos de prisao pronunciados pelo juiz de instruçao. A sentença será pronunciada no dia 1º de julho.

Noriega, que cumpre atualmente uma pena de 30 anos nos Estados Unidos por tráfico de drogas, foi julgado por contumácia, acusado de ter comprado vários apartamentos luxuosos em Paris para lavar dinheiro procedente da venda de drogas.

A França o acusa de lavar 15 milhoes de francos (US$ 2,5 milhoes), supostamente provenientes do cartel de Medellin (Colômbia), usando principalmente o Banc of Credit and Commerce International (BCCI), fechado por fraude em 1º de julho de 1991.

O ex-ditador do Panamá foi detido pelas tropas americanas em dezembro de 1989 durante a invasao norte-americana ao Panamá. Ele foi levado a Miami, onde foi julgado e condenado. Em um primeiro momento, Noriega foi condenado a 40 anos de prisao, mas um juiz americano reduziu a pena em dez anos, motivo pelo qual poderá ser posto em liberdade condicional em 2007. No entanto, no Panamá, Noriega poderá ser condenado a 70 anos de prisao, depois de ser julgado à revelia por acusaçoes de assassinato, fraude e violaçao dos direitos humanos.

O ex-ditador, que foi chefe dos serviços secretos (G2) entre 1968 e 1984 e das Forças de Defesa (FDP-Exército) entre 1984 e 1989, foi condenado à revelia no Panamá em 4 de outubro de 1994 pelo fusilamento do major Moisés Giroldi, líder da fracassada revolta militar, ocorrida em 3 de outubro de 1989.

Em 20 de outubro de 1995, ele foi condenado (também à revelia) pelo Tribunal Superior da província de Chiriquí, a 20 anos de prisao pela decapitaçao do médico Hugo Spadafora, um opositor ao regime militar.

O ex-ditador panamenho foi derrubado em 20 de dezembro de 1989 pelas tropas americanas, na denominada "Causa Justa", ordenada pelo entao presidente norte-americano George Bush.




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