Bowles teve um êxito fulgurante em 1950 com seu romance O Céu que Nos Protege, que o converteu num guru internacional das letras.
Instalado em Tanger desde 1947, adotou a cidade a ponto de ser qualificado como seu cidadao honorário. Bowles identificava-se com a cultura cosmopolita de Tanger, uma mescla de referências árabes, norte-americanas e européias em meio a muita liberdade de costumes. Disso ele extraiu parte de sua inspiraçao literária.
Autor de quatro romances e 60 contos, Bowles iniciou a moda orientalista dos anos 50, que atraiu a Tanger, cidade portuária do Mediterrâneo, numerosos escritores famosos da geraçao beat: William Burroughs, Allen Ginsberg e inclusive Jack Kerouac.
Nascido a 30 de dezembro de 1910 em Nova York, Bowles atravessou o século vivendo ao compasso de seu tempo: escreveu música para obras de Orson Welles, serviu de inspiraçao a Sting e seu The Police no álbum Synchronicity, teve O Céu que Nos Protege adaptado ao cinema por Bernardo Bertolucci.
Dono de uma narrativa desprendida e violenta, Bowles foi, acima de tudo, um contista. Narrou histórias cruéis, inspiradas em contos ouvidos no México, no Magreb, na Tailândia. Irônico e pessimista, escreveu sobre universos à beira da ruptura, do naufrágio.
Num ensaio intitulado Tanger, o escritor francês Daniel Rondeau prestou uma homenagem a Bowles, lembrando que este dizia ser o deserto o lugar onde se sentia mais feliz: "Lá nao há nada mais do que o vazio, e para mim a beleza é isso, o vazio".
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