O movimento sucede o que ocorreu nos últimos dois anos com o segmento de carros médios. Foram lançados Golf, Civic, Corolla, Astra, Vectra, Marea, Brava, Scénic e Classe A, todos modelos similares às suas versoes produzidas na Europa e Japao. Os populares, nesse período, passaram apenas por mudanças de motorizaçao, introduzindo maior potência, mas com poucas alteraçoes de design.

"O momento agora é de renovaçao mais radical nos modelos populares", confirmou o professor da Fundaçao Getúlio Vargas (FGV) e estudioso do setor automobilístico José Roberto Ferro. Ele disse que os modelos de médio porte estao mais competitivos. Já aqueles top de linha, mais luxuosos, foram praticamente abandonados pelas fabricantes nacionais, que optaram por importar essas versoes.

A alteraçao de modelos também está ocorrendo de forma mais rápida. A Fiat lança neste mês a nova linha Palio, com várias mudanças. A reestilizaçao ocorre quatro anos após o lançamento do modelo, um recorde para o mercado, segundo o assessor técnico da montadora, Carlos Henrique Ferreira. "Normalmente a remodelaçao ocorre após cinco ou seis anos da chegada do produto."

A exemplo do que ocorreu com a primeira geraçao do Palio - que teve seu lançamento mundial no Brasil e hoje é produzido em dez países - a nova linha chega primeiro ao mercado brasileiro e depois será vendida em mais de 40 países.

Ferreira lembrou que quase toda a linha Fiat foi renovada nos últimos quatro anos, com a chegada também do Marea, Brava e Siena. A exceçao fica por conta do Uno Mille, lançado em 1984 e que resiste até agora numa posiçao bastante confortável de terceiro carro mais vendido no mercado.

Renovaçao total também foi promovida pela General Motors. Hoje a montadora que tem a maior gama de produtos no país. A partir de 1994, com a chegada do Corsa (que também passará por grande reforma em 2002), a empresa substituiu antigos produtos como Monza e Kadett, introduzindo Astra, Vectra, S10 e Blazer.