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Indústria segue em desaceleração
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/09/2011 | 07:30
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Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria aponta que o faturamento das empresas cresceu, em julho, 0,6% frente ao mês anterior, mas o nível de utilização de capacidade instalada das fábricas apresentou retração, passando da média de 82,4% em junho para 82,1%.

O gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, explica que o recuo da UCI confirma o arrefecimento da atividade industrial nos últimos meses. "A tendência é de que essa desaceleração continue. Teremos um Natal menos favorável à indústria brasileira, com maior consumo de produtos importados", previu.

Por sua vez, o mercado de trabalho ficou estável na indústria. O indicador do emprego sem influências sazonais avançou apenas 0,1% em julho ante o mês anterior. A massa salarial e o rendimento médio real do trabalhador da indústria tiveram aumento no período de 3,5% e 3,3%, respectivamente, de acordo com indicadores sem ajuste sazonal.

SEM CONTRADIÇÃO - Segundo o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, Rogério de Souza, não existe contradição entre o aumento do faturamento e a queda da produção. Isso ocorre por causa do aumento do volume de componentes importados por parte da indústria, ele explica.

O dólar fraco frente ao real torna a aquisição de peças do Exterior mais atrativa para as empresas, como forma de reduzir custos para a concorrência no mercado. Entretanto, a tendência é de redução nos postos de trabalho das fabricantes nos próximos meses, avalia Souza. "O nível de emprego já está perdendo fôlego", cita.

Mesmo o aumento do faturamento não foi generalizado. Entre os 19 setores analisados, na comparação com o mesmo mês de 2010, há piora no faturamento em julho para oito deles, entre os quais máquinas, aparelhos e materiais elétricos e papel e celulose.

SELIC - Para o diretor titular da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo de Santo André, Shotoku Yamamoto, a redução da taxa básica de juros (a Selic) já é uma resposta à situação atual, de desindustrialização. "Espero que continue nessa tendência de redução da Selic, pois 0,5 ponto percentual (a diminuição decidida na semana passada pelo Banco Central) é pouco." No entanto, avalia que essas medidas de queda da taxa têm de ser graduais, mas precisam ser feitas mesmo que desagradem o setor financeiro.




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