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Venda de máquinas tem queda e associação de fabricantes protesta
26/07/2005 | 23:53
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A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) encontrou o argumento que usará para cobrar uma mudança imediata da política econômica do governo Lula: a queda no consumo interno de bens de capital. Uma carta assinada pelo presidente da entidade, Newton de Mello, foi encaminhada nesta terça-feira ao Palácio do Planalto com dois números que, para a Abimaq, demonstram esse recuo.

A queda é diretamente atribuída à gestão macroeconômica, ancorada na política dos juros altos. No quinto parágrafo da carta, que pede uma “ruptura” com a atual política econômica, a Abimaq afirma que o setor acaba de registrar a primeira redução no consumo de máquinas para fins industriais e agrícolas.

Segundo o índice de Produção Industrial Média Produção Física do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve entre julho de 2004 e maio de 2005, em comparação com igual período, redução de 6,29% na demanda de bens de capital (máquinas e equipamentos) para fins industriais. “Até agora, não tínhamos estes números. Agora, nós temos como mostrar que esta política de juros afeta a produção de bens de capital”, afirma Mello.

O consumo de máquinas importadas também registrou queda. A participação do maquinário importado no consumo durante o primeiro semestre de 2004 foi de 44,10% e baixou para 39,10% entre janeiro e junho deste ano.

A carta foi enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos ministros Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Roberto Rodrigues (Agricultura) e aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).

No texto, a Abimaq é dura. Chama o modelo de gestão da economia de “neoliberal” e afirma que o Banco Central deve ter o compromisso com o desenvolvimento do país. A Abimaq pede a revisão das metas de inflação (para níveis menos estreitos), o que afrouxaria a política de juros do BC. Pela meta ajustada do Banco Central, o índice deste ano deve ficar em 5,1%. Como conseqüência, a Abimaq acredita que a valorização do real frente ao dólar perderia força.                    



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