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Metalúrgicos iniciam campanha salarial
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/09/2010 | 07:15
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Os metalúrgicos de Santo André e Mauá já iniciaram a campanha salarial deste ano. Com data-base em 1º de novembro, a categoria formada por 24 mil trabalhadores, entregou a pauta de reivindicações as bancadas patronais no início deste mês.

Entre as cláusulas em debate, está o reajuste salarial (reposição integral da inflação mais aumento real); piso salarial de R$ 2.050 para todos os funcionários, proposto pelo Dieese(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) - atualmente de R$ 770, em empresas menores -; além da redução de jornada, de 44h para 40h - com manutenção dos salários -, e da licença-maternidade de 180 dias (de quatro para seis meses).

Do total de metalúrgicos de Santo André e Mauá, cerca de 13% são mulheres. "Por esse motivo que estamos lutando pela licença-maternidade", declara Cícero Firmino, o Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos das duas cidades.

Segundo ele, as negociações com as cerca de 500 fábricas terão início na primeira quinzena de outubro, quando passado o período de eleição. No ano passado, a categoria conquistou 6,53% (com reposição da inflação e 3% de aumento real). "Foi o índice que alcançamos em plena crise financeira mundial - que afetou diretamente as autopeças, devido a redução da produção das montadoras."

COMEMORAÇÃO
Hoje o Sindicato comemora 77 anos deste a sua fundação, em 1933. A partir daí as conquistas não pararam. Na década seguinte à inauguração do sindicato, a categoria conquistou o abono salarial, como o 13º salário. Entre 1950 e 1960 muitos movimentos foram realizados, por melhores condições de trabalho. "Em 1980 realizamos uma greve devido aos baixos salários, e três anos depois passeatas pela redução da jornada. Em 1985 conseguimos reduzir de 45h para 44h semanais a jornada", relembra o sindicalista.

Na mesma década, os trabalhadores conquistaram, em convenção, a garantia para o trabalhador que sofresse acidente de trabalho, de permanecer na fábrica até se aposentar. "Isso fez com que o número de acidentes reduzissem mais da metade", conta o presidente do Sindicato.

Depois de sete décadas da fundação e a pujança na economia, Martinha destaca a conquista de negociar com o patrão 99% dos problemas do chão de fábrica. "Antigamente as reivindicações eram com conflitos e greves. Agora, existe a conversa entre o Sindicato e o patrão".

Por conta do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a estabilidade da inflação e o recorde de empregos formais, o Sindicato conquistou no 1º semestre deste ano a melhor PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) da história, injetando na economia local R$ 40 milhões. "Garantimos a PLR para 70% da base com um aumento real variando entre 20% e 50% na comparação com o ano passado. É uma prévia das negociações da campanha salarial", conta Martinha, e completa, "olhando para o passado, o sindicato participou das principais mudanças no País, sempre conquistadas com a mobilização e nos enfrentamentos com a ditadura", explica.




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