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Campanha contra a Aids no Chile volta a confrontar Igreja e governo
Da AFP
07/10/2005 | 15:56
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A campanha oficial de prevenção da Aids no Chile, que este ano está centrada no uso do preservativo, voltou a confrontar o governo e a Igreja católica, que a considerou de "mau gosto", acusando as autoridades de promover condutas sexuais inadequadas.

A campanha publicitária começou há dois dias em cartazes com o slogan "Yo me lo pongo" (Eu uso) e spots de rádio com frases como "Embora acredite na lealdade, fui infiel, por isso uso camisinha" e "Quando ele tem dificuldades com a camisinha, eu a ponho".

Com o mesmo tom, a campanha comporta ainda uma série de spots televisivos apoiados por rostos conhecidos da televisão local.

"Por amor... sempre minha primeira postura é usar a camisinha", diz em um dos anúncios o apresentador da Televisão Nacional do Chile Felipe Camiroaga, personagem central das mensagens na TV.

Os spots são transmitidos por todos os canais, exceto em duas emissoras ligadas à Igreja católica: 'Canal 13' e 'Mega', que em seu lugar exibem seus próprios anúncios, centrados no valor da família e da fidelidade.

A campanha, oficial, com custo de US$ 1,5 milhão, é a sétima em 15 anos, mas a primeira a fazer um apelo explícito ao uso maciço do preservativo para a prevenção da Aids e não inclui outras propostas, como a abstinência ou a monogamia, que apareceram em campanhas anteriores.

Também é a primeira vez que a Igreja católica enfrenta com tanta dureza este tipo de campanha. A discordância se soma a outros atritos, como os ocorridos com a promoção da pílula do dia seguinte e o divórcio, instaurado legalmente no Chile há apenas 11 meses.

"A campanha atual, ao invés de abordar a causa do problema, evita seus efeitos, recomendando técnicas preventivas que pressupõem uma atitude permissiva frente à causa do problema, como as relações sexuais sem um contexto amoroso e comprometido no casamento", destacou em comunicado a Conferência Episcopal chilena.




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