Duas letras que fizeram sucesso nos anos 80 e 90, sobretudo entre os jovens, estarão de volta às ruas a partir do dia 6 de maio, quando a Ford colocar em sua rede de concessionárias uma versão aprimorada do subcompacto Ka. Confiante na herança de imagem do Escort XR-3, esportivo que era dos mais emocionantes entre os modelos da linha nacional, o Ka XR passou por uma reforma profunda para merecer a sigla de puro-sangue. Sob o pequeno capô surge agora o imponente propulsor Zetec Rocam 1.6, capaz de desenvolver 95 cv de potência máxima a 5,5 mil rpm.

Mas não é só o motor que mudou na nova versão do carrinho. Para obter um desempenho realmente expressivo, resgatando o romantismo dos esportivos de fábrica, a montadora reprojetou câmbio, suspensão e peças estruturais, bem como sofisticou um pouco mais as roupas do modelo.

Resultado: a agressividade do Ka começa no próprio visual, que ganhou saias laterais com a identificação XR, novas aberturas no pára-choque dianteiro, spóiler traseiro como alongamento do teto, rodas aro 14 polegadas para pneus 185 e uma ponteira de escapamento cromada com aleta central que se encarrega de dar o ronco que um verdadeiro esportivo precisa apresentar.

O novo carro da Ford vai concorrer com modelos cujo preço fica em torno de R$ 25 mil, como Palio Fire 1.3 16V e Peugeot 206, entre outros. Mas, em termos de preço e desempenho, seu competidor mais próximo é o Gol Turbo 1.0 16V, outro esportivo concebido para o público jovem, que foi lançado em maio do ano passado.

O Diário avaliou os dois modelos ao longo de 500 km com cada um. As diferenças de personalidade entre ambos são marcantes. Do ponto de vista da empolgação que um esportivo deve proporcionar, o Ka larga em vantagem, pois seu despojamento mecânico, aliado a um bom trabalho da engenharia no escalonamento das marchas, proporciona um comportamento extremamente “nervoso”, como há muito não se via na linha de veículos produzidos no país. Acelerar o Ka XR é quase tão emocionante quanto pilotar um kart. O carro esbanja agilidade.

O Gol Turbo 1.0 16V, por sua vez, ao sair de um semáforo ou então após uma lombada, demora a “engrenar”, reagindo como um autêntico 1.0. Contudo, em terceira marcha e acima de 2,5 mil giros o motor realmente mostra a que veio – o que faz crer que o “esportivo” só se revela “bravo” mesmo quando põe o pé na estrada.

À parte o bom desempenho, o Gol Turbo 1.0 16V caracteriza-se pelo excelente consumo de combustível. Durante o teste, o compacto alcançou a marca de 12,0 km/l – segundo a Volkswagen, o esportivo da VW consome 11,5 km/l na cidade e 16,5 km/l na estrada.