Economia Titulo Dissídio
Rodoviários têm reajuste de 7%

Dentre os benefícios, haverá aumento de 10% na PLR e no
vale-alimentação; o aumento real no salário será de 2,03%

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
08/05/2012 | 07:21
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Os 5.600 motoristas e cobradores que trabalham nas 28 empresas de ônibus do Grande ABC terão reajuste de 7% nos salários neste ano. Considerando inflação de 4,97%, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que ficou nesta faixa nos últimos 12 meses, os profissionais terão ganho real de 2,03%.

A renda média dos motoristas, de R$ 2.047, com o aumento passa a R$ 2.190. Já a dos cobradores, que recebem R$ 1.180, sobe para R$ 1.262.

Foi definido também incremento de 10% no vale-alimentação, que de R$ 323 vai para R$ 355. A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) terá o mesmo reajuste, de 10%, e de R$ 450 os empregados receberão R$ 495. Os motoristas de ônibus que fazem também o papel de cobrador receberão, a mais, R$ 1.150.

A proposta inicial dos trabalhadores era de 8% de reajuste nos salários, 15% no vale-alimentação e 15% na PLR. Mas com as negociações chegaram ao reajuste aprovado ontem em assembleia.

BASTIDORES - As decisões tomadas no encontro dos trabalhadores na tarde de ontem, no entanto, não receberam apoio da maioria da categoria. O clima foi tenso e marcado pela divisão de opiniões. Durante a votação, quando o presidente do Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC), Francisco Mendes da Silva, o Chicão, perguntou quem estava de acordo com a proposta, a menor parte dos 600 trabalhadores presentes no sindicato levantou as mãos. Quando ele questionou quem era conta, a maioria maciça ergueu os braços e gritou.

Ainda assim, Chicão deu a vitória à proposta acordada com os patrões. "Eles queriam o que? Que fôssemos ao tribunal como aconteceu no ano passado? Dessa forma eles perdem benefícios, pois o júri concede apenas o básico", defendeu-se. "Tanto que a gente ia conseguir o vale-alimentação nas férias, mas o tribunal vetou."

No ano passado, a campanha salarial foi tumultuada e houve greve de três dias, o que provocou caos na vida de quem dependia de transporte público. Além disso, como os trabalhadores não acataram decisão da Justiça de encerrar paralisação, o sindicato foi punido e arcou com multa de R$ 100 mil.

No fim das contas, o Judiciário determinou reajuste de 7,8% nos salários, mas as empresas concordaram e conceder 8% de aumento. O vale-alimentação e a PLR mantiveram os ganhos de 10%.




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