Automóveis Titulo
Mille Fire: carro com sete vidas
Por André Gomide
Da HP Press
10/02/2004 | 20:47
Compartilhar notícia


O Uno Mille Fire, o veículo mais barato do mercado nacional, representa para o mercado brasileiro hoje o mesmo papel que o Volkswagen Fusca teve até a década de 80. É o modelo que atende todas as classes sociais, superou o preconceito da aparência, ganhou fama de robusto e econômico e é o caminho mais fácil para aqueles que sonham ter um carro zero quilômetro na garagem. E graças a tudo isso, as vendas vão muito bem, obrigado. Ano passado, correndo por fora e sem fazer muito alarde, vendeu quase 100 mil unidades, volume, por exemplo, quase duas vezes o que vendeu todos os modelos juntos da francesa Renault. Agora chega para 2004 trazendo mudanças impactantes na frente e quase imperceptíveis na traseira.

Mas a melhor notícia neste lançamento da Fiat não está nem no estilo e nem nas soluções técnicas. O grande apelo está no preço, que foi mantido o mesmo da versão anterior. A versão duas portas continua com os mesmos R$ 15.990,00 sugeridos na tabela da montadora e o de quatro portas R$ 17.130,00. Os concorrentes mais próximos, Celta e Gol, estão pelo menos R$ 2 mil mais caros, valor extremamente alto nesse segmento de entrada. E é com a ajuda desse espartano modelo que a montadora de Betim quer repetir sua performance dos três últimos anos, quando sagrou-se campeã de vendas. Das 1,5 milhão de unidades que acredita serão vendidas em 2004, ela espera ficar com a maior fatia novamente.

Sobre a aparência do carro, até mesmo o renomado designer Giorgetto Giugiaro, criador do modelo em 1984, estaria torcendo o nariz para essa nova cara do modelo pé de boi da Fiat. Ou gosta-se ou odeia-se os traços criados pelos artistas da Fiat. A frente é diferente de tudo que já passou por ali nesses quase vinte anos (foi lançado em 1984) de existência do carro. É um efeito ousado para o jeitão quadradão do carro e que consegue transmitir a aparência de robustez planejada pela turma de estilo da montadora. Em termos de estampa só o capô, que ganhou dois vincos altos, e a área frontal foram modificadas. Os pára-lamas continuam os mesmos do carro anterior. Na traseira a mudança foi muito sutil e o que mais aparece são as enormes lanternas. Mas não há como negar que a aparência acaba se tornando simpática na medida que se passa mais tempo com o modelo.

Entre as inovações no campo do conforto e bem estar, a presença da direção hidráulica na relação dos acessórios opcionais é a mais expressiva. Traz a conhecida leveza de comando, especialmente nas manobras de estacionamento, mas também agilidade nas mudanças bruscas de comando. Pequenas mas significantes alterações no painel, como a nova iluminação, grafismo e sistema digital para o hodômetro, contribuíram para disfarçar o acabamento simples do interior.

Na parte mecânica nada de novo. O motor Fire 1.0 continua com seus parcos 55 cv de potência e com a virtude de ter uma das melhores relações peso/torque entre os modelos com motor de 1.0, o que representa mais agilidade no uso urbano. Sua velocidade máxima (dados do fabricante) é de 155 km/h e seu desempenho aponta para 15s2 para chegar ao100 km/h. As médias de consumo são de 14,3 km/l para a cidade e 20 km/l para a estrada. É ver para crer.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;