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Volkswagen tem três chapas para comitê sindical
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
17/02/2008 | 07:06
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Pela primeira vez na história sindical da região, as eleições do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostram uma ruptura dentro da mesma corrente filosófica.

Dessa vez serão três chapas que concorrerão ao comitê sindical da Volkswagen: uma da articulação, outra da oposição e uma terceira também da articulação. As eleições para o comitê sindical da Volks são as mais concorridas entre as 96 empresas que apresentam esse tipo de organização sindical neste ano. Além da montadora, apenas Kostal, Selco e Toledo há mais de uma chapa inscrita para representar os trabalhadores.

O presidente da entidade José Lopez Feijóo confirma a existência das três chapas e tal fato ser inédito na região, mas afirma que tanto o grupo 1 como o 3 representam a filosofia do sindicato, pois são cutistas da corrente articulação.

Mas um dos principais componentes da chapa 3, Ailton Gomes da Silva, discorda um pouco dessa filosofia. “Sou da articulação e cutista. Mas existe uma insatisfação com o sindicato neste momento. Por isso rachamos e resolvemos lançar nossa própria candidatura”, explica o sindicalista, que também faz parte do terceiro mandato da comissão de fábrica da Volks e é vice-presidente da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) na montadora.

Segundo Ailton, essa insatisfação foi gerada por conta de uma acomodação dos atuais dirigentes dentro da entidade. “Queremos um trabalho transparente e sério. Mas houve um afastamento do trabalhador. Parece que viraram tudo governo federal”, critica.

A chapa 3 defende uma atuação voltada para o trabalhador e que seja apartidária. “Apesar de ser do PT, não misturo os dois. Quero um sindicalismo mais independente”, explica o dirigente da Volks.

Apesar de não se unir por questões filosóficas, a chapa 2, que é a declarada oposição, também defende os mesmos princípios básicos, que é o apartidarismo e a independência. “Defendemos um sindicato livre de patrão”, conta Melão Monteiro, um dos inscritos nesse grupo.

Segundo o sindicalista opositor, para a sua chapa – que apresenta uma mescla de trabalhadores ligados a central Conlutas e aos partidos PSTU e Psol – ainda não está claro o por quê do rompimento, mas ele acredita que esse racha pode ajudar a oposição.

“Estamos confiantes que essa divisão possa abrir mais espaço, pois já obtivemos 38% dos votos na última eleição, colocando oito membros no comitê. Quem sabe não conseguimos a metade dessa vez ou até a maioria”, comenta Melão.




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