O Rio de Janeiro viveu mais uma madrugada violenta, que deixou um saldo de duas pessoas mortas (policiais militares), seis ônibus e um carro incendiados. No final da noite de terça, uma granada foi jogada e explodiu em frente à entrada do Shopping Rio Sul, zona Sul. No Morro do Fubá (zona Norte), dois PMs do Batalhão de Rocha Miranda foram assassinados por traficantes.

Cerca de 20 traficantes da favela da Metral pararam um ônibus e obrigaram o motorista e cerca de 50 passageiros a deixar o coletivo que vinha do Centro do Rio em direção ao bairro Santa Cruz. O ônibus foi incendiado e ficou atravessado na pista. A via chegou a ser interditada. Um automóvel Palio, que estava perto do ônibus, também foi incendiado. O homem que estava dentro do carro morreu.

Na Pavuna, um outro ônibus também foi incendiado, assim como na Via Dutra (altura de São João de Meriti), na Tijuca, em um outro bairro da zona Norte e em frente ao Shopping de Santa Cruz. Já no Complexo da Maré, os bandidos agiram de outra forma. Oito motoqueiros atiraram contra uma patrulha do Batalhão de Benfica, e há informações não confirmadas de que dois agentes penitenciários teriam sido baleados.

Em Botafogo, um granada foi lançada na entrada do Shopping Rio Sul por dois ocupantes de um táxi que fugiram em direção a Copacabana. A explosão deixou marcas no chão, quebrou vidros e estilhaçou as janelas de uma van que estava estacionada no local. O motorista não ficou ferido.

Durante a noite, na Linha Amarela, houve troca de tiros entre policiais militares e traficantes do Morro do Matheus, mas ninguém ficou ferido.

Também durante a madrugada, na avenida Brasil, uma das mais movimentadas da cidade, um motorista morreu carbonizado. No entanto, policiais da 34ª DP (Bangu) informaram que o incidente não tem relação com os ataques feitos por traficantes.

O Palio incendiado foi roubado na noite dessa terça na zona oeste e o dono do carro, que não quis se identificar, prestou depoimento na delegacia. O corpo encontrado carbonizado dentro do carro, segundo os policiais, deve ser de um bandido.

Na manhã desta quarta-feira, a segurança foi reforçada nas garagens de ônibus para evitar que mais veículos sejam danificados como aconteceu durante a madrugada. O policiamento também ganhou reforço nos presídios, pois à meia-noite de terça-feira agentes penitenciários entraram em greve.

Crime organizado — A polícia acredita que essa nova onda de violência possa ser uma resposta dos traficantes às medidas adotadas no Presídio de Segurança Máxima de Bangu I. A partir desta quarta, os advogados poderão ver seus clientes apenas por um período de 20 minutos e terão de pedir permissão para isso com 10 dias de antecedência. Eles também deverão apresentar uma procuração provando que defendem determinado detento e revelar sobre que assunto tratará com o preso. O objetivo é inibir a colaboração dos advogados com o crime organizado.