O interesse da Repsol pela Politeno pode ser interpretado como primeiro passo rumo a uma disputa maior. A compra, até o final do primeiro semestre de 2000, do controle da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene) - consórcio de venda formado por Odebrecht, Mariani e Banco Central, interventor do ex-Econômico.
A Repsol é o único concorrente de peso frente ao poder de fogo da Dow Química, candidata declarada à compra da central petroquímica. A Dow, por meio da Petroquímica Triunfo, também faz proposta para a compra da Politeno.
O Grupo Ultra, por sua vez, interessado na Copene, mas com aporte próprio limitado a US$ 500 milhoes (o valor estimado daparte à venda da Copene é de US$ 1 bilhao), poderá contar com o apoio do governo.
"O governo nao pretende intervir na reestruturaçao. O máximo que poderemos fazer é apontar agentes privados para o financiamento da compra", afirmou o secretário de Política Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Hélio Mattar. Mas o discurso do governo muda, quando interesses da indústria de capital nacional estao em jogo.
Indagado se a visita do presidente do Grupo Ultra, Paulo Cunha, ao ministro Alcides Tápias, há menos de um mês, teria por motivo a reestruturaçao petroquímica - e nao assuntos macroeconômicos, como foi divulgado por ambas as partes -, Hélio Mattar garante que, se for para fortalecer a empresa de capital brasileiro, o governo vai incentivar os interessados na compra da Copene. "E se houver acordo entre agentes privados, o governo também irá incentivar", acrescentou ele, se referindo a associaçoes entre empresas nacionais para a aquisiçao.
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