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O 1º duelo entre nacionais e importados
Percy Faro
Especial para o Diário
16/07/2002 | 18:44
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O 17º Salão do Automóvel e Autopeças (1992) representa um capítulo à parte da história da indústria automobilística brasileira. Foi o primeiro confronto, frente a frente, entre dezenas de modelos nacionais e importados. Para o público, ávido por novidades do Primeiro Mundo, o evento proporcionou a primeira oportunidade de comparar nossos automóveis com os produzidos em respeitáveis mercados internacionais para avaliar o tamanho do atraso tecnológico automotivo do Brasil. Muitos modelos importados já rodavam no país 18 meses antes, mas ainda não tinham tido a chance de participar do show no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo. Por isso, a presença deles foi maciça.

Há dez anos, muitos brasileiros surpreenderam-se com equipamentos dos quais sequer haviam ouvido falar, mas que, por conta dos importados, foram gradativamente incorporados aos nacionais, numa comprovação transparente de que a competitividade obrigou a indústria local a sair da inércia. A 17ª edição do salão também entrou para a história porque extrapolou a esfera da eletrônica embarcada. Mexeu profundamente com o nosso comportamento cultural.

Dos cerca de 200 veículos expostos, 120 eram importados, representando fabricantes de 11 países. Os japoneses fizeram a maioria, com seis marcas diferentes. Em nome dos franceses, a Citroën mostrou sua linha completa – do pequeno AX ao top de linha XM, além do ZX, um dos últimos lançamentos da indústria automobilística em seu país de origem e já disponível para comercialização no Brasil. A Peugeot apresentou os modelos 505, produzido na Argentina, e os franceses 205, 605 e 405.

Assim como a Honda, que expôs a réplica da McLaren de Ayrton Senna (1960-1994), a Renault confirmou a Williams de Nigel Mansell, que deu o título mundial de Fórmula 1 ao inglês naquele ano. Outros destaques da marca foram o Renault 19 Cabriolet, o pequeno Clio, a van Espace e o top de linha Sufrane.

A Mercedes-Benz, ao lado dos caminhões, desfilou com diversos automóveis, entre eles o 190S, o 300E, o 500E e o utilitário 4x4 300G, destinado ao uso fora-de-estrada. A BMW igualmente despertou a curiosidade do público com a perua 521i Touring e o último lançamento da Série 7, o 740i equipado com motor V8 de 32 válvulas e 286 cv de potência.

A coreana Hyundai preocupou-se em revelar aprimoramentos técnicos e de design incorporados aos modelos vendidos no Brasil naquela época – Excel, Elantra e Sonata. A Volvo, por sua vez, trouxe os modelos 440, 460, 850, 940 e 960. A russa Lada, mesmo sem novidades, também entrou na passarela com o jipe Niva e o sedã de quatro portas Samara.

Além da Honda, os orientais tiveram outra participação: a Subaru, último representante do Japão a colocar os pés oficialmente no país, apresentou a linha Legacy, composta de sedã, perua e o esportivo SVX, equipado com propulsor de seis cilindros opostos e 240 cv de potência. O RX-7 foi o destaque da Mazda, também um esportivo com motor Wankel rotativo biturbo. Presentes ainda os demais modelos da marca – Protegé, Miata e a van MPV.

Pelo lado da Suzuki e da Mitsubishi, mais novidades: da primeira, o SUV de luxo Sidekick, de quatro portas, e carros compactos, como o Swift 1.3 GTi e o utilitário Vitara. A Mitsubishi mostrou a linha Pajero, de duas e quatro portas, a picape L-200 e os esportivos Eclipse e 3000 GT. A sexta japonesa foi a Toyota, que mostrou a picape Hilux. Segredo de início e surpresa de última hora foi o Corolla, que naquela época já fazia sucesso em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.




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