Como comemoração ao Dia Internacional do Teatro, nesta terça-feira, às 20h, o Grupo Capa leva Um Longo Caminho que Vai de Zero a Ene nesta terça-feira ao Teatro Popular do Sesi de Mauá. O texto, de Timochenco Wehbi, tem a direção de Paulo Cardoso. No palco, os atores Silvania Simioni e Alexandre Almeida e a artista plástica Juliana Veroneze. A entrada é franca.

A peça é filiada à estética do teatro do absurdo, vertente que tem em Eugene Ionesco (1912-1984) e Samuel Beckett (1906-1989) seus dramaturgos mais representativos. O que une autores tão peculiares são a abordagem psicológica e racional de personagens e situações absurdas e a rejeição do naturalismo e do realismo.

Em Um Longo Caminho que Vai de Zero a Ene, que tem 55 minutos de duração, a narrativa não é linear. Silvania interpreta Zero e Almeida, Ene. Os dois vivem um jogo de perseguição psicológica. “Há momentos em que não se quer seguir ou ser seguido, mas eles são impelidos pelas circunstâncias. A idéia é colocar em cena as contradições, as mudanças, a agonia, a dor do ser humano. E mostrar um caminho para a reflexão sobre essas questões e suas saídas”, diz Cardoso.

“Há um personagem em busca de outro. Os dois vão se descobrindo, observam os sentimentos do outro e as próprias atitudes e refletem sobre si”, afirma o diretor, que enxerga na peça também uma metáfora da criação artística. “É como se fosse uma busca constante do artístico”, conta.

Juliana pinta um quadro (óleo sobre tela) durante o espetáculo. “Ela documenta a emoção dos atores e a reação do público. Assim, a cada apresentação temos uma tela diferente”, revela Cardoso. “Cada espectador sai com uma sensação diferente da peça”, completa a artista plática. “Dessa forma, cria-se uma discussão sobre o casamento entre as artes”, afirma Cardoso.