Embora o início da greve dos caminhoneiros esteja marcado para segunda, o presidente do Movimento Uniao Brasil Caminhoneiro, Nélio Botelho, líder da paralisaçao, informou que neste domingo mesmo, na prática, ela já havia começado. "Os caminhoneiros já estao parados, por causa da campanha que fizemos para que eles ficassem em suas casas, para evitar que ficassem presos nas estradas", afirmou Botelho.

O líder do movimento calcula que 600 mil caminhoneiros já estao parados, dos 800 mil a 1 milhao que ele espera reunir para a greve. "Os eventuais companheiros que estiverem na estrada estao voltando da viagem". Amanha, estao previstas reunioes dos participantes em todo o Brasil, para escolher os pontos nas rodovias nos quais eles irao estacionar os seus caminhoes, durante a paralisaçao.

Botelho contou que nao havia recebido nenhum novo convite do governo federal até o meio da tarde, para tentar novas negociaçoes que impedissem o movimento. Mas ele recebeu informaçoes "extra-oficiais" de que o ministro da Justiça, José Gregori, estaria reunido com o governador de Sao Paulo, Mário Covas, para negociar uma soluçao sobre o pedágio das rodovias do Estado.

"O problema do pedágio está mais concentrado em Sao Paulo", contou Botelho. Ele acredita que, se for conseguida uma reduçao do preço nas rodovias estaduais, isso vai representar uma "orientaçao" para a resoluçao das questoes que levaram à decretaçao da greve. O presidente da Uniao Brasil Caminhoneiro criticou os contratos de concessao das estradas, que regulou as normas de fixaçao dos pedágios e "prendeu o governo estadual às concessionárias por 25 anos".

Trânsito livre - Botelho afirmou que os participantes da greve nao irao fechar as estradas. "Estamos com a opiniao pública do nosso lado", explicou. Ao contrário da primeira paralisaçao, quando os caminhoneiros foram mobilizados por um programa de rádio e em em propaganda boca-a-boca, desta vez o movimento também está usando a Internet, por meio da home page http://www.uniaobrasil.caminhoneiro.nom.br.