“A arma é um símbolo de poder muito grande. Quem anda com uma arma precisa ter consciência de que aquilo é um instrumento que vai ter que controlar”, afirmou Fernando Segóvia, chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal, em entrevista à Agência Brasil. Para ele, a data estabelecida pela Lei do Desarmamento para o fim do porte foi um dia bom para a polícia — duas mil pessoas perderam o porte antigo concedido pela PF.
Com as novas regras, conseguir a autorização fica mais difícil. Comerciantes e fazendeiros, por exemplo, não poderão circular com suas armas, devendo apenas mantê-las na residência, caso sejam registradas. Apenas profissionais da área de segurança legalizados e o cidadão que esteja sofrendo ameaça à sua integridade física terão chance de obter o porte.
O processo agora exige, além das certidões de antecedentes criminais e das obtidas na Justiça Federal, estadual e eleitoral, apresentação de comprovante de ocupação lícita e de endereço, teste psicológico — realizado por psicólogos capacitados e indicados pelo Conselho Federal de Psicologia —, teste escrito de conhecimento dos mecanismos da arma e prova de tiro com 60% de acerto no alvo. Segundo Segóvia, este não é um mecanismo rápido, mas é possível conseguir o porte em até uma semana.
O delegado contou que o teste psicológico é sigiloso. Segundo ele, nos últimos anos, a média de reprovação tem sido de 30% a 40%. Além disso, três psicólogos da PF vão acompanhar os resultados. “Caso haja aprovações acima da média, os nossos psicólogos farão novas avaliações”, disse. De acordo com Segóvia, indivíduos muito agressivos e com problemas de equilíbrio emocional são detectados nos testes e reprovados.
Pelas novas regras, o cidadão poderá ser preso por crime de porte ilegal caso esteja armado em aglomerações como shows e cultos, o que é proibido. Além disso, segundo o delegado, mais um meio de restringir o número de armas é o preço do porte. “Antes era de R$ 650, passou para R$ 1 mil, com validade variando de um a cinco anos”, explicou. Os portes hoje levam a marca da territorialidade permitida, sendo nacional ou estadual a sua abrangência. “O que a lei vem buscar é tirar estas armas da rua para diminuir a violência”, concluiu.
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