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Álcool barato não chega aos postos
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
22/08/2006 | 22:29
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As bombas de combustível podem não refletir, mas o preço do álcool no produtor está no menor nível desde o começo do ano. Enquanto o derivado de cana-de-açúcar caiu 7,31% na fonte inicial, o custo para o consumidor final ficou apenas 0,66% mais barato do que a semana anterior.

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos de Pesquisa Econômica Aplicada), o preço do litro do derivado de cana-de-açúcar hidratado – o que abastece diretamente os veículos – foi cotado na semana de 14 a 18 de agosto a R$ 0,789 no Estado de São Paulo. O valor atual é R$ 0,062 menor do que na semana anterior, quando estava a R$ 0,851. Mas, para o consumidor final a queda não é repassada. O levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo) revela que o preço na bomba na última semana era em média R$ 1,362, valor apenas R$ 0,009 mais barato do que o anterior, de R$ 1,371.

Ainda assim é uma queda no preço final dos combustíveis, o que ocorre pela terceira semana consecutiva. Desde a semana de 23 a 29 de julho, a queda foi de 1,37%. Mas para o produtor a queda no mesmo período foi de 11,9%. E o preço na fonte começou a cair uma semana antes, na que acabou em 21 de julho – desde então foi um barateamento de 13,25%.

Motivo – Mas a culpa não é necessariamente do posto de combustível. As ditribuidoras também têm o papel no retardamento do repasse dos preços menores. Enquanto no produtor houve queda de 7,31%, nas distribuidoras o barateamento foi de 1,68% – de R$ 1,191 para os atuais R$ 1,177.

Esse valor é exatamente igual ao registrado no início da queda no produtor, na penúltima semana de julho. O preço da venda para os postos só caiu duas semanas depois, no período entre 30 de julho e 5 de agosto, cotado então a R$ 1,206. Desde então acumula barateamento de 2,4%. Os postos não esperaram e na mesma semana diminuíram seus preços ao consumidor.

Regional – A queda da média estadual se reflete no Grande ABC. Das seis cidades pesquisadas pela ANP, cinco apresentaram redução no custo médio. A queda mais forte foi em Mauá (1,99%), de R$ 1,359 para os atuais R$ 1,332. Logo atrás vem Ribeirão Pires (-1,37%), que passou de R$ 1,383 para R$ 1,364. Diadema, que tem o menor preço médio da região (R$ 1,330 o litro) vem em terceiro, com redução de 0,45%. São Bernardo foi a exceção – teve alta de 1,3% no preço do derivado de cana e hoje a média da cidade é R$ 1,394.

Outros – Além do álcool, tanto a gasolina quanto o GNV (Gás Natural Veicular) tiveram baixa de preço no Estado de São Paulo. Os dois ficaram respectivamente 0,16% e 0,68% mais baratos.

A gasolina acumula sua terceira – leve – queda consecutiva, de R$ 0,004, e hoje tem uma média de R$ 2,420. Desde a semana de 23 a 29 de julho, quando começou sua rota de declínio de preço, o combustível ficou R$ 0,015 mais barata, o equivalente a uma variação negativa de 0,62%.

Por outro lado, o GNV chega a sua primeira queda de preço em três semanas, de 0,68%. Na última semana o metro cúbico do gás natural teve média de R$ 1,165 no Estado, redução de R$ 0,008 ante os R$ 1,173 do período anterior.



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