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Lula manda cancelar apoio financeiro para o Equador
10/10/2008 | 07:43
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O governo brasileiro iniciou uma retaliação contra as ameaças do presidente do Equador, Rafael Correa, à permanência da Petrobras no país e também à sua decisão de expulsar a construtora Norberto Odebrecht.

Uma nota divulgada pelo Itamaraty informa que por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi cancelada a ida a Quito.

A missão tinha o objetivo de tratar do apoio financeiro brasileiro para obras de infra-estrutura viária naquele país. A nota informa que o embaixador do Brasil em Quito, Antonino Marques Porto e Santos, deve transmitir à chancelaria do Equador que essa atitude se deve aos ‘últimos desdobramentos envolvendo empresas brasileiras'.

Esta é a primeira vez que o governo Lula explícita uma reação concreta à atitude de um governo vizinho contra interesses brasileiros. No caso da nacionalização das refinarias da Petrobras pela Bolívia, o governo agiu de maneira mais discreta.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se encontrou com o presidente Lula, para tratar das recentes decisões tomadas pelo governo do Equador. Inúmeros ministros, como Paulo Vannuchi, ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, estiveram presentes.

Embora o encontro tenha sido agendado anteriormente, com outra pauta, o ministro admitiu nesta manhã que a conversa com o presidente se concentrou nas questões relacionadas ao Equador.

O quadro político interno no Equador sofreu alterações com a nomeação de Derlis Palacios para o Ministério de Minas e Petróleo, no lugar de Galo Chiriboga, que renunciou terça-feira por causa do descontentamento do presidente da República, Rafael Correa, com a atuação dele nas negociações com as empresas petroleiras.

Em contradição com suas recentes declarações - de que a Petrobras não teria aceitado assumir o compromisso de aumentar a produção de petróleo -, Correa afirmou que a empresa brasileira era única que havia aumentado a produção, em comparação com outras empresas estrangeiras, como registrou o jornal equatoriano El Comercio.

Outra mudança polêmica no governo de Correa se deu ontem com a renúncia do presidente do Banco Central, Robert Andrade. Em princípio, a saída de Andrade abriria caminho para Correa fazer mudanças que considera necessárias na equipe que conduz a instituição. Em plena crise financeira mundial, que afeta principalmente as condições de liquidez, o Equador continua a ser o único país da América do Sul com a economia dolarizada, o que o torna mais vulnerável à volatilidade dos mercados e à percepção de risco.




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