A diretoria da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC vai levar, hoje, 93 mil assinaturas pedindo mudanças no sistema de aposentadoria do País. Os envelopes serão entregues para os 70 deputados paulistas e os 23 líderes dos partidos na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A proposta é que os projetos de interesse da entidade entrem em votação na próxima semana. "Vamos entregar nos gabinetes e conversar com os deputados do Estado de São Paulo, além das lideranças de todos os partidos. Nós estamos defendendo os interesses de mais de 400 mil aposentados do Grande ABC", diz Benedito Marcílio, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas.

As solicitações são que o reajuste concedido ao salário-mínimo seja o mesmo dado para quem ganha mais que esse patamar; reposição dos valores dos benefícios pelo número de salários-mínimos na data da aposentadoria; reposição de 11,67% nos benefícios, retroativos a abril de 2006, quando houve o veto do governo pelo aumento e fim do Fator Previdenciário.

A coleta das assinaturas começou no dia 19. A associação alugou van para levar os representantes e as cartas. "Não importa qual o resultado. Caso os nossos projetos não sejam aprovados, nós teremos carta na manga para a próxima eleição. Vamos mostrar para a sociedade quem não concordou com as mudanças que beneficiariam a vida dos aposentados", comenta Marcílio.

A pensionista Edna Brancaglion, de 54 anos, atualmente recebe dois salários-mínimos e reclama pelo fato de que, quando entrou para o sistema sua pensão era três vezes maior. "É triste ver o salário-mínimo subir e o meu cada vez ficar menor. Já precisei de ajuda da minha família", diz ela.

O comerciante aposentado Nelson Semensato, de 78 anos, viu seu poder de compra cair pela metade. "Todo fim do mês é uma tristeza. Quando vejo a minha conta não sobra nada. Não sobra dinheiro para me divertir ou viajar. A gente acaba deixando de lado essas coisa", reclama Semensato.