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Maurício Soares cogita abandonar candidatura
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
26/02/2008 | 08:44
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Pela primeira vez após a ruptura da chapa governista de São Bernardo, o ex-prefeito e candidato à sucessão municipal Maurício Soares (PSB) admite ter se reunido com o principal adversário político, o ministro da Previdência Social e pré-candidato, Luiz Marinho (PT). Convicto de que tem o apoio do prefeito William Dib (PSB), o socialista é taxativo ao avaliar o futuro político. “Não acredito que o grupo vai me abandonar, mas se isso ocorrer fico livre para escolher o meu caminho.”

 
A decisão sobre o destino, garante Maurício, não está diretamente relacionada à aproximação com o petista. Diante do atual cenário, ele já aventa a possibilidade de deixar a vida pública. “Não estou dizendo que vou para o lado do Marinho. Tem a hipótese de eu simplesmente abandonar a carreira política. Acho difícil desvincular minha imagem, mas é possível que eu opte por outro segmento”, pondera.
 
Maurício nega que esteja com discurso preparado para renunciar à candidatura e assegura que só sairá do jogo se não tiver mais legenda. “Só saio se me tirarem o chão dos pés. Se o grupo todo optar por outro nome e não sobrar nada para mim, serei candidato de quem?”
 
O governista fala com naturalidade sobre o relacionamento com secretários e vereadores que se manifestaram contra sua candidatura, “O grupo ficou balançado, dois ou três deram declarações contrárias, mas temos mais partidos, outras pessoas do PSB e do próprio PSDB que são fiéis a mim, além de o prefeito, que também deseja manter a unidade.”
 
Nem mesmo o visível desconforto diante da rejeição de parte do grupo o faz perder o discurso de candidato. Seguro, o governista afirma que, “com o fim da unidade”, o grupo aguarda apenas a definição do nome de consenso para começar a articular as ações eleitorais.
 
“A grande maioria está ansiosa para resolver esse problema, sair e começar a fazer a campanha na rua.”
 
A movimentação do deputado estadual Orlando Morando (PSDB) para angariar apoio à sua candidatura, também parece não incomodá-lo. “Se ele é candidato não pode ser de mentirinha. Lançou a pré-candidatura e agora tem de tentar obter aliados, ele está fazendo a pré-campanha, é um comportamento comum tentar as aproximações”, considera.
 
Passado petista - Na avaliação de Maurício, sua aproximação com Marinho ganhou repercussão exagerada. Para ele, adversário político não pode ser considerado inimigo. “Não tenho inimizades no PT. Fiquei no partido durante anos e deixei bons amigos. Tenho muito respeito pelos militantes e eles retribuem quando são interrogados”, comentou, referindo-se ao posicionamento dos petistas que, na última semana, afirmaram que as portas estariam abertas ao socialista, caso ele renunciasse a candidatura.
 
Tornar essa ligação pública pode favorecer o PT, já que o próprio Maurício ressalta que o fato de ter abandonado a legenda não o fez perder os votos petistas. “Além de ter sido presidente do PT durante seis anos, fui advogado do Sindicato dos Metalúrgicos durante 23 anos. Tenho certeza que muitos petistas ainda votam em mim porque nunca fiz distinção e sempre beneficiei todos os bairros.”
 

Prova da ligação com os petistas é que, no ano passado, Maurício chegou a ser convidado pelo presidente Lula para ocupar o cargo de embaixador em Roma. Mas recusou para ser candidato a prefeito.




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