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Chávez organiza 'complicada' libertação dos reféns das Farc
Da AFP
22/12/2007 | 15:13
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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, deve organizar neste sábado, assim que desembarcar em Caracas na volta de Cuba, a recepção de três reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mas as condições são tão complicadas que o processo pode ser mais lento que o previsto.

"Trata-se de uma operação complicada", declarou Hugo Chávez em Cuba, onde dirigiu sexta-feira com o presidente cubano interino Raúl Castro a IVª cúpula petroleira do Caribe na cidade de Cienfuegos (260 km ao sul de Havana).

"Assim que chegarmos (neste sábado) a Caracas, tentaremos elaborar um plano para recebê-los", destacou o presidente venezuelano.

Para agradecer os esforços de mediação de Chávez, as Farc prometeram terça-feira libertar três reféns: Clara Rojas, colaboradora da franco-colombiana Ingrid Betancourt seqüestrada junto com a ex-candidata presidencial em fevereiro de 2002, o filho dela Emmanuel, nascido em cativeiro há três anos, e a ex-parlamentar Consuelo González, capturada pela guerrilha em setembro de 2001.

Sexta-feira, uma fonte dos serviços de inteligência venezuelanos afirmou à AFP que "a mobilização começou para esta operação".

De acordo com esta fonte, as autoridades venezuelanas já instalaram um esquema de segurança para garantir a proteção dos reféns e de sua escolta, assim como a da senadora de oposição colombiana Piedad Córdoba.

Ex-mediadora no caso dos reféns das Farc, Córdoba confirmou à AFP que estará em Caracas neste sábado.

"Retornarei sábado à noite a Bogotá e pretendo viajar domingo a Medellin" no noroeste da Colômbia, disse a senadora, dando a entender que a libertação, esperada na Venezuela, não deverá acontecer neste fim de semana.

"Houve muitas especulações. Sei que essa libertação vai acontecer, mas não sei quando. As condições não são fáceis. Esperamos que seja o mais rápido possível", frisou.

Para Hugo Chávez, é "certo" que colombianos tentarão impedir esta libertação. "Mas vamos conseguir", garantiu, revelando que já tem algumas "idéias" para superar os eventuais obstáculos ao processo.

A agência de notícias colombiana Anncol, considerada próxima das Farc, afirmou sexta-feira em comunicado que esta libertação acontecerá "contra a vontade do (presidente colombiano Alvaro) Uribe".

"Esperamos que o governo colombiano não colocará obstáculos a esta libertação, da qual não participou de nenhuma forma", destacou a Anncol.

"A medida que o tempo passa, nossa ansiedade aumenta por não saber o que está acontecendo", confessou à AFP Patricia Perdomo, filha de Consuelo González, sexta-feira em Bogotá.

Para a família da parlamentar de 57 anos, a prioridade será cuidar de sua saúde, destacou sua filha.

A mesma ansiedade aparece na família de Clara Rojas.

"Estou atenta às notícias e já até contactei um médico para ela, mas espero que não será necessário", declarou à AFP Clara González, mãe da ex-assessora de campanha de Betancourt, que também revelou ter comprado roupas para seu neto e um livro de presente para sua filha, que fez 44 anos na quinta-feira.

Sobre os outros reféns, o presidente Chávez considerou que sua libertação é uma questão de "vontade", e que "na Colômbia, particularmente no governo, essa vontade não existe".




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