Na madrugada de 15 de maio de 1994, o fogo destruiu a sede da Suframa e toda a documentaçao sobre a investigaçao do escândalo do açúcar - sonegaçao fiscal da ordem de US$ 2 bilhoes que envolveu empresários paulistas, empresas fantasmas e funcionários da autarquia.
No laudo, Palhares atestou que o incêndio fora causado por um curto circuito. Ele descartou a possibilidade de crime. A Justiça Federal arquivou o processo. Mas, nos bastidores da investigaçao, peritos e delegados suspeitam, até hoje, da existência de crime.
"Se ele falhou no caso PC Farias, porque nao pode ter errado no laudo da Suframa?; a existência de um crime nao agradava ninguém naquela época", disse Frota.
Um mês antes do incêndio, a PF e auditores da Suframa tinham constatado a participaçao de 76 usinas de açúcar do Interior de Sao Paulo, 48 empresas fantasmas abertas em Manaus e funcionários da Suframa na fraude. Cerca de 20 milhoes de sacas de açúcar foram vendidas com isençao fiscal, mas nunca chegaram à Amazônia. Da porta das usinas, o produto era desviado para outro destino.
A existência de um crime àquela altura complicava também a permanência do ex-superintendente Manoel Rodrigues no cargo. Envolvido em escândalos de superfaturamento de obras, ele era mantido no cargo por pressao do grupo político do governador Amazonino Mendes (PFL), disse uma fonte que acompanhou as investigaçoes. Rodrigues foi exonerado em 1995 por decisao do entao ministro do Planejamento, José Serra, que, a partir daí, iniciou um processo de despotilizaçao da Suframa.
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