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Acusado de trocar dólares de família morta em SP é preso
20/09/2005 | 23:44
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Acusado de trocar parte dos US$ 5 mil roubados da família Yonekura, cujo cinco integrantes foram assassinados há duas semanas, o gerente Eduardo Carregosa Alves, 24 anos, foi preso terça-feira em flagrante sob as acusações de receptação de tíquetes roubados e de desacato. Os investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) vasculharam a loja da rua Thiago Luz, no Largo 13, em Santo Amaro, e encontraram panfletos anunciando a compra de ouro, jóias, dólares e euros. Eles também encontraram vales-refeição. "O dono da empresa confirmou que os vales eram roubados", disse o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, do DHPP.

No local, no entanto, não havia moeda estrangeira. Alves disse aos policiais que o assaltante Celso Alencar dos Santos, que está foragido e é acusado da chacina dos Yonekura, passou em sua loja no dia 13 e carregava os US$ 5 mil. Como a quantia era grande, Alves disse que não poderia comprar tudo, pois seria preciso que o dono da loja DNS Jóias autorizasse a transação.

Celso e o vigilante Ricardo Francisco dos Santos tiveram a prisão decretada pela Justiça sob acusação de terem torturado e assassinado cinco integrantes da família Yonekura na madrugada do dia 11, na zona Leste de São Paulo. Ricardo conhecia a família. Os dois estavam atrás dos dólares que três integrantes da família teriam trazido do Japão, onde haviam trabalhado por seis anos.

Os bandidos torturaram as vítimas antes de matá-las. Só W., que se fingiu de morto, e seu filho de 11 meses, salvaram-se. Os acusados levaram os US$ 5 mil, pois o restante estava num banco.

Os policiais estavam investigando o paradeiro de Celso quando descobriram que ele havia tentado vender os dólares na loja. Como não conseguiu desfazer-se de tudo, mandou uma pessoa voltar à DNS Jóias no dia seguinte para vender uma parte dos dólares. "Vamos investigar se a loja podia comprar e vender moeda estrangeira. Em tese, pode ter ocorrido um crime contra o sistema financeiro", disse o delegado do DHPP.

Por volta das 10h de terça-feira, os investigadores do departamento foram à loja em Santo Amaro. Na porta havia um plaqueiro com um anúncio: "Compro ouro, compro dólar". Os investigadores entraram na loja para entregar uma intimação ao dono. Foram atendidos por Alves. Este teria se recusado a recebê-los e ainda os teria insultado. Só com a chegada de sua advogada, Patrícia Ioannou, ele concordou em acompanhar os policiais à sede do DHPP. Na loja, os policiais apreenderam ainda os panfletos e os tíquetes.

"Ele nega ter ofendido os policiais e só está trabalhando no lugar há 28 dias", afirmou a advogada. Ela também negou que ali sejam comprados e vendidos dólares. "A loja tem autorização policial para comprar e vender ouro", afirmou.




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