A partilha do apoio eleitoral do candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, Ronaldo Cezar Coelho, aos tucanos que se lançaram à Câmara Municipal está espalhando animosidade e queixumes no partido. Entre os 38 candidatos a vereador, ganha eco a reclamaçao de que é pouco o auxílio dado por Ronaldo, sob a forma de panfletos, camisetas e sacolas plásticas com o nome do prefeitável e o de cada candidato.

A choradeira, manifestada em reuniao dos candidatos na quarta-feira, é embalada pela imagem de ex-banqueiro do candidato a prefeito, com R$ 249 milhoes de patrimônio declarado à Justiça Eleitoral. ``Nao sei o que Ronaldo está pensando. Ele nao quer investir', disse o candidato a vereador Alberto Salles, que desistiu de ajuda do QG do tucano, na Rua do Carmo, Centro: ``Liguei umas duas ou três vezes, nao tive retorno e parti para a campanha sozinho.'

Kit - Embora Ronaldo, com apenas 2% nas pesquisas, tenha produzido uma espécie de kit-vereador, muitos candidatos nao se dao por satisfeitos. Outro motivo de queixa é a falta de galhardetes - peça que o candidato a prefeito decidiu nao usar, sob o argumento de que gera poluiçao visual e nao traz grandes benefícios. Vários candidatos nao se conformam ao ver os postes cheios de galhardetes de concorrentes apoiados pelo prefeito-candidato Luiz Paulo Conde (PFL) e por César Maia (PTB).

Ronaldo nao tem o apoio dos dois vereadores do PSDB, Otávio Leite e Lúcia Helena de Barros, a Lucinha, acusados no partido de apoiar Conde. ``Nao estou fazendo campanha contra Ronaldo. Estou só cuidando da minha reeleiçao', disse Leite, que nao tem material fornecido pelo prefeitável.

Lucinha nao esconde que recomenda Conde como `um bom candidato', queixando-se de problemas com a imagem de Ronaldo. ``O perfil do candidato do PSDB, um cara bonitinho e com dinheiro, nao é o do meu eleitorado. A populaçao associa Ronaldo a Fernando Henrique, visto como aquele que aumentou os medicamentos e a gasolina', reclamou.