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Sete dos 16 mortos tinham menos de 60 em Santo André

Comorbidades agravam o quadro dos mais jovens; maioria é de homens e tinha hipertensão

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
23/04/2020 | 23:40
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Divulgação


Das 16 mortes causadas pelo novo coronavírus em Santo André, sete vítimas (44%) tinham menos de 60 anos. Ainda que os idosos compunham o principal grupo de risco, as comorbidades agravam o quadro dos mais jovens. As informações foram levantadas pela Prefeitura a pedido do Diário e consideram os casos registrados até terça-feira.

Os dados revelam que 31% das vítimas tinham mais de 80 anos, 19% entre 61 e 70 anos e 6% eram pessoas de 71 a 80 anos. A maioria das vítimas fatais era de homens (56%) e hipertensos (45%). Destes, 32% também possuíam mais um problema de saúde preexistente, como obesidade, diabete e hiperlipdemia (nível elevado de gordura no sangue). Apenas 13% dos mortos não tinham comorbidades.

Secretário da Saúde de Santo André, Márcio Chaves (PSD) explicou que o genoma do novo coronavírus mudou nos Estados Unidos e no Brasil em relação ao que foi registrado nos países europeus. “Por isso o vírus acaba atingindo até mesmo os mais jovens, vitimando aqueles que têm outros fatores associados”, assinalou.
Segundo ele, é importante conhecer o perfil das vítimas tanto para estabelecer medidas de tratamento quanto para alinhar a comunicação com a população. “(Os dados mostraram que) Precisávamos aumentar a conscientização entre os jovens, principalmente aqueles que estão reticentes ao isolamento.”

Já em relação ao número de pessoas internadas em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) em Santo André, os números mostram que existe equilíbrio. A faixa mais afetada é a de quem tem entre 71 e 80 anos, com 14 casos, um a mais do que os pacientes entre 51 e 60 anos. A cidade ainda conta com nove pessoas hospitalizadas em estado grave entre 61 e 70 anos, duas entre 21 e 30 anos, uma de 41 a 50 anos e seis acima dos 81 anos.

Outro número importante revelado pela Prefeitura é a ocupação do hospital de campanha do Complexo Pedro Dell’Antonia, que já tem 17 internados em enfermarias e três em UTIs.

QUARENTENA
Segundo Chaves, a quarentena instaurada há um mês está sendo eficiente, pois evitou que a transmissão comunitária fosse intensificada. “Na cidade, temos bolsões com a densidade demográfica muito grande, regiões onde os índices de contaminação poderiam ser muito altos caso não tivesse o isolamento”, afirmou.
Além disso, o secretário da Saúde andreense destacou que o período está sendo essencial para estruturar o sistema de saúde. Exemplo é que há uma semana, o município tinha 40 leitos de UTI na rede pública. Com o início das atividades do hospital de campanha do Dell’Antônia, o número saltou para 60 e, em duas semanas, deve chegar a 80 com a disponibilização dos leitos instalados no Estádio Bruno José Daniel.

Conforme pesquisa feita com 551 moradores das sete cidades, divulgada ontem pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, 85,5% concordam com as ações de distanciamento físico adotadas pelas administrações estadual e municipais. Entretanto, apenas 39% declaram conseguir seguir plenamente as orientações na primeira quinzena deste mês. 




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