O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), manda recado claro ao funcionalismo público municipal: a Prefeitura não tem caixa para atender às reivindicações da categoria, as principais delas o aumento do vale-compra mensal de R$ 74 para R$ 200 e o reajuste salarial de R$ 5,8%, referente à inflação dos últimos doze meses. Nem mesmo a ameaça de greve feita por servidores intimida o chefe do Executivo.

 "Estamos com pagamentos (de fornecedores) atrasados, então, como vamos assumir mais uma despesa?", questiona o petista - a dívida total do Paço gira em torno de R$ 1,4 bilhão. "Não temos nada a propor aos funcionários", enfatiza.

Com as declarações, Oswaldo antecipa o resultado de reunião marcada para amanhã entre a secretária de Governo, Mariângela Secchi, e o Sindserv (Sindicato dos Servidores), que tinha a expectativa de que a Prefeitura apresentasse, pelo menos, uma contraproposta. "Não existe contraproposta. Neste momento é muito difícil qualquer acerto", reitera o prefeito.

Diante da falta de verba, Oswaldo assume o risco de greve do funcionalismo, o que pode lhe conferir prejuízos à tentativa de reeleição. A categoria tem assembleia marcada para terça-feira, às 15h, no Sindserv, para decidir se cruza ou não os braços. "Sempre respeitamos as decisões dos trabalhadores, o direito à greve... Não terá nenhuma censura", avisa Oswaldo.

Presidente do Sindicato, Jesomar Lobo não comentou as afirmações do petista. Na última conversa com Mariângela, o líder sindical foi informado de que o governo estudaria o impacto financeiro das reivindicações. "Vou aguardar a reunião de segunda-feira (amanhã)."

PELA CULATRA

Segundo informações de bastidores, Jesomar planejava dar os créditos do reajuste que não chegará para o ex-secretário de Governo, José Luiz Cassimiro (PT), que se afastou da função para concorrer a vereador. "Não tem nada de apoio ao Zé Luiz. A tendência é eu ficar neutro no processo (eleitoral)."