Política Titulo Suscetíveis
Provisórias, municipais do
PSB dependem da estadual

Diretórios não foram oficialmente reconhecidos pela
estadual, o que lhes tira autonomia para selar acordos

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/05/2012 | 07:38
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Apesar de homologadas as convenções em 2011, as sete executivas do PSB no Grande ABC estão registradas sob comando de comissões provisórias. Os possíveis diretórios municipais não foram oficialmente reconhecidos pela estadual, instituindo-os como interinos até dezembro. Diante disso, ficam sem autonomia para selar acordos no âmbito local e as alianças eleitorais ficam suscetíveis em esferas superiores. Dos 645 municípios que constituem o Estado, apenas em 41 cidades há diretórios constituídos, o que representa a ínfima fatia de 6,4%.

Nesse prisma, a união com o PT surge como orientação às executivas, especialmente após a articulação entre o governador do Pernambuco e dirigente nacional do PSB, Eduardo Campos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O alinhamento acertado no âmbito nacional incita a vinculação de parcerias nos municípios considerados chave, como São Bernardo, Santo André, Mauá e Diadema.

Presidente da executiva de Santo André, Ivo de Lima garantiu desconhecer a estratégia. Para ele, a convenção foi válida com ata registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). "Se houve qualquer dissolução, não tive conhecimento. Acredito que, se tivesse alguma coisa, seria informado." Lima admitiu, entretanto, que existe orientação para que a prioridade seja firmar aliança com os petistas. "Nos pediram para esgotar todas as conversas com o PT. Tem essa preferência desde que haja compromisso conosco, como a abertura do vice."

Na qualidade de provisória, a municipal teria argumento para fechar acordo sem, em tese, sofrer retaliação. O PSB - inclusive Lima - tem cerca de 15 cargos na administração Aidan Ravin (PTB). À época da eleição do diretório, o grupo do então presidente José Ricardo, que apoiava o colega de bancada Almir Cicote no processo interno, acusava o governo de apoiar veladamente a candidatura de Lima.

Rechaçando manobra política, o primeiro-secretário do PSB de São Paulo, Wilson Pedro da Silva, justificou que os diretórios não foram constituídos por questão burocrática. Segundo o socialista, a estadual ficou sem a chance de consolidar os diretórios desde o ano passado também por estar na condição de provisória. "A estadual não foi homologada pela nacional, por isso não tem poder para instituir diretório nos municípios."

A alegação de Wilson serve de álibi para a situação. O congresso estadual do PSB de 2008, contudo, estabeleceu o diretório por tempo indeterminado, na qual elegeu o deputado Márcio França como presidente. Em 2011, foi reeleito. Nos bastidores, os próprios filiados das fileiras socialistas afirmam que a última convenção não teve registro da estadual por "golpe proposital".

Presidente do PSB de Diadema pelo quinto mandato consecutivo, Manuel José da Silva, o Adelson, citou que, na eleição de 2008, os municípios que não atingiram 5% do eleitorado foram destituídos. "Não é o perfil do presidente (estadual) Márcio França, que dá autonomia às direções. Pode ter intervenções só onde o diretório não seguir a resolução de lançar candidato a prefeito ou a vice em cidades com mais de 200 mil habitantes."




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