Setecidades Titulo No Grande ABC
Covid-19 já ocupa 70% dos leitos da região

Taxa é referente aos equipamentos públicos do Grande ABC separados para enfrentar doença; autoridades reforçam necessidade de isolamento

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
16/04/2020 | 00:01
Compartilhar notícia
Divulgação/Informação foi dada pelo coordenador do comitê de contingência do novo coronavírus no Estado de São Paulo e reitor da FMABC Davi Uip


O coordenador do comitê de contingência do novo coronavírus no Estado de São Paulo e reitor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), David Uip, afirmou na manhã de ontem que a ocupação dos leitos para tratamento da Covid-19 no SUS (Sistema Único de Saúde) do Grande ABC já chega a 70% – são pelo menos 420 leitos, já que Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires não informaram a disponibilidade. De acordo com o reitor, a informação foi passada pelos próprios secretários de Saúde da região, que se reuniram ontem virtualmente com Uip.

Segundo o coordenador, hospitais importantes da Capital, como o Hospital das Clínicas e o Hospital do Mandaqui, estão em situação semelhante. “Já há uma pressão muito importante sobre o sistema público de saúde, que é maior na Região Metropolitana”, afirmou. “Outro dado relevante é o aumento no número de mortes, que mostra a gravidade dos casos e evidencia a necessidade de mantermos e ampliarmos as medidas de isolamento social, porque isso impacta na transmissibilidade e na letalidade”, completou. Até ontem, a região tinha 41 óbitos relacionados ao novo coronavírus. Há uma semana, eram 23, aumento de 78%.

Professora de saúde coletiva na FMABC, Vania Barbosa do Nascimento ponderou que esta taxa de ocupação era esperada, que os hospitais de campanha que vêm sendo construídos devem ajudar, mas que a região está entrando em situação de vulnerabilidade. “A cada dia ficará mais difícil a disponibilidade de leitos. As pessoas precisam se conscientizar sobre isso e não se expor desnecessariamente”, pontuou. “Nunca se sabe o que pode acontecer. As pessoas podem pegar a doença e sair ilesas, mas também podem precisar de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e respirador”, completou a especialista, destacando que é também preciso que os governos garantam aos profissionais de saúde condições de trabalhar em segurança.

Santo André, que inaugurou ontem um hospital de campanha com 120 leitos no Complexo Esportivo Pedro Dell''Antonia (leia mais abaixo), tem 80% dos 115 leitos de UTI do município ocupados. O equipamento provisório inaugurado ontem vai receber pacientes da doença em todos os níveis de complexidade, a partir de hoje. 

São Bernardo prevê, até maio, a abertura de 350 novos leitos entre o Hospital Anchieta e o Hospital de Urgência, sendo 251 de enfermaria e 99 de UTI. Desde o início da pandemia, a cidade disponibilizou 100 vagas para os pacientes da Covid-19, sendo 40 de UTI. Destes, 36 estão ocupados. Na enfermaria, 50 estão sendo usados, atingindo 90% e 83% de ocupação, respectivamente. A administração informou que em caso de necessidade poderá haver remanejamento dentro do complexo hospitalar para disponibilização de novos leitos para tratamento da Covid-19. No total, a cidade tem hoje 155 vagas de UTI.

São Caetano tem 60% dos 80 leitos de terapia intensiva ocupados. Diadema destinou 26 vagas de enfermaria e dez de UTI ao enfrentamento da doença e a ocupação é de 50% e 90%, respectivamente. Mauá separou 89 leitos para pacientes da Covid-19, mas não informou a ocupação. Ribeirão e Rio Grande não contam com leitos de UTI e atendem apenas baixa e média complexidades, sendo os casos mais graves transferidos para o Hospital Nardini, em Mauá, ou para o Mário Covas, em Santo André, que é a referência do Estado na região. 

A Secretaria de Estado da Saúde informou que 100 leitos dos equipamentos estaduais da região estão sendo utilizados por pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, dos quais 37 são de UTI, mas não informou qual é a taxa de ocupação.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;