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Nossa vida pós-coronavírus
Do Diário do Grande Abc
14/04/2020 | 10:29
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Passei essa primeira fase da quarentena refletindo sobre como será a vida pós-pandemia? Conclui que o cotidiano será diferente, nosso foco será diferente e a política, que se mostrou fundamental na nossa vida coletiva, será diferente. Explico.

Faz algum tempo que vivemos clima de guerra eleitoral permanente. As estratégias vitoriosas nos contaram uma história que ajuda a compreender o momento dividindo os cidadãos entre heróis e vilões. Dessa lógica surgiram heróis perfeitos para enfrentar o momento, mas incapazes de construir o futuro.

Bastou o primeiro desafio concreto para esses ‘heróis’ caírem por terra. A quarentena trouxe de volta virtudes humanas fundamentais e o ‘herói’, populista e simplório, que emergiu da polarização política do ‘nós contra eles’ ajudou a acelerar o sepultamento dessa guerra eleitoral que contaminou nossas vidas por anos. Da quarentena, nasce oportunidade única de nos perdoar pelos erros do passado que nos sabotam e olhar nossa democracia com mais empatia, otimismo e confiança.

Escrevo isso porque interajo nos grupos de WhatsApp, converso com amigos próximos ou distantes, participo de conferências virtuais, divido a angústia de proteger uma idosa com os vizinhos de condomínio e acompanho pesquisas de opinião de credibilidade. A realidade que testemunho não é o cenário que as histórias do ‘nós contra eles’ que os extremos tentam nos contar.

A empatia tomou conta das pessoas comuns, que tentam fazer suas vidas resistirem e estão enfrentando juntas a crise. Gente que se organiza localmente para sustentar os alicerces de suas vidas e evitar a terra arrasada. Vi solidariedade, empatia e vontade de fazer mudanças futuras na prática. Vi esperança.

Porém, essa esperança ainda é atrapalhada por gente egoísta que alimenta o ódio, o medo e usa argumentos sem base confiável para nos dividir. Essa esperança é minada, principalmente, por gente envergonhada que não suporta a ideia de um dia ter falhado.

Nessa esperança, a liderança tem virtudes que os ‘heróis’ de onda não têm; mente aberta, flexibilidade, escuta ativa, capacidade de dialogar, humanidade e empatia. Porém, algo a mais deve ser apresentado nesta crise, a coragem. A coragem de dizer a verdade e resistir quando a pressão aumenta. O fato é que a polarização política vai diminuir ao nível da irrelevância, o confronto político constante será neutralizado e vamos sair melhores, em todos os sentidos, desta pandemia. Teremos a oportunidade de construir algo novo e duradouro, acredite.

Thiago Rocha de Paula é historiador, líder público da Raps e Fundação Lemann, integrante dos movimentos Agora e Acredito e aluno do Renova BR Cidades.

PALAVRA DO LEITOR

Orlando Morando
Cumprimento o prefeito Orlando Morando, de São Bernardo, por sua vitória, ao se livrar dessa terrível praga chamada Covid-19, que o obrigou a permanecer semanas incomunicável, em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de hospital (Política, dia 13). E este Diário também obteve vitória ao entrevistar o prefeito depois de sua alta médica, publicando excelente reportagem. Mas o que mais me revoltou foi quando a TV e a internet exibiram imagens de Morando ainda hospitalizado e, ao falar, não aguentou a emoção e acabou chorando diante das câmeras. Muitos políticos, principalmente de esquerda, chegaram a afirmar que o paciente estava fazendo sensacionalismo político, usando a própria doença. São pobres, ignorantes que talvez ignorem o sofrimento de uma pessoa doente, num quarto hospitalar, sem poder ver familiares e amigos, chegando até a pensar que não sairia mais vivo daquele nosocômio. Faço votos de que o Arquiteto do Universo proteja a família Morando para que, em breve, todos possam estar novamente juntos no ambiente familiar para comemorar a graça divina.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Que tristeza!
Que povo somos? Nossos governantes diziam que tinham que fazer a reforma da Previdência porque o Brasil estava quebrado. Chegou no nosso País um vírus, que já estava colocando o mundo em alerta, que veio por meio dos ricos. Com menos de 30 dias de quarentena apareceu dinheiro público de forma absurda, para humilhar, para politicagem e fazer os ricos ficarem mais ricos. Mostrando que temos os piores políticos do mundo, médicos despreparados, elite sem compromisso e povo despolitizado, sem autoestima. Na realidade, somos bando de miseráveis.
Benedito da Silva Lemes
São Bernardo

Demarchi
Lendo a reportagem ‘Rafael Demarchi pretende explorar o vácuo da disputa entre PT e PSDB (Política, dia 11), vejo-o como mais um preocupado em vencer eleições. Necessitamos de candidato disposto a governar, administrar o município. Mais preocupado com a saúde e o bem-estar da população.
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo

Decepção
Não sem antes pedir perdão a Deus e desculpas aos caros leitores desta coluna, e quando a pandemia mundial exige de nós mais momentos de reflexão e tolerância, me senti na obrigação a fazer crítica a carta publicada nesta coluna (Sou contra, dia 10). Enorme decepção com a existência dos discípulos do ódio político, até dentro das próprias áreas mais carentes de nosso município de São Caetano. Sem explicação possível para alguém usar seu precioso tempo para criticar prefeito e vereadores que decidiram doar metade de suas remunerações para cobrir as despesas da luta contra a Covid-19 no município e assistir aos mais carentes. A carta apoia ainda atitude menos clara de os vereadores da oposição parecer se oporem também à iniciativa majoritária. Parecia, até agora, impossível encontrar em nosso município mentalidades tão mesquinhas, como as capazes de expressar opiniões como a publicada, contrárias a iniciativa de seguro valor humano.
Ruben J. Moreira
São Caetano

Medidas
O combate à Covid-19 exige implementação de medidas adequadas, sob orientação de especialistas da área da saúde. O fundamental no caso é o empenho de todos os segmentos sociais no sentido de incentivar a obediência às determinações de Executivos estaduais e municipais que sigam a elas, uma delas o denominado ‘isolamento’, evitando aglomerações. Quanto menor for o contato, maiores serão as possibilidades de o ser humano não se contaminar. E o exemplo por certo tem de partir de quem ocupa o cargo maior da República, o presidente Bolsonaro.
Uriel Villas Boas
Santos (SP)

Bete Siraque
A vereadora Bete Siraque tem tido atuação destacada na defesa dos mais vulneráveis, dos trabalhadores e trabalhadoras, dos micro e pequenos empresários, de quem exerce atividades informais e dos profissionais da saúde. Atuação digna, que nos enche de orgulho por sua coerência com princípios de nosso partido e compromisso com a humanidade. Por isso, nos causa estranheza a nota publicada pelo Diário (Política, dia 11), que manifesta contrariedade com as ações e proposituras da vereadora no cumprimento de seu dever de fiscalizar e exigir ações eficazes do Executivo, em especial neste período de avanço da Covid-19. Falam de suposto e falacioso isolamento da nossa pré-candidata ao Paço dentro do próprio PT e argumentam a detecção de insensibilidade para o momento. Ao denunciar erros do Executivo, Bete Siraque honra seu mandato e sua trajetória.
Antonio Padre
Presidente do PT de Santo André 




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