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Mosaico de gênios
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
02/04/2009 | 07:00
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Divulgação


A intensidade da luz mediterrânea e a explosão de cores das paisagens provençais, dominadas por campos de lavanda e de girassóis, inspiraram não só Picasso como uma constelação de brilhantes gênios da pintura. A começar por Paul Cézanne (1839-1906), que nunca escondeu o fascínio pela sua terra natal, Aix-en-Provence.

"Há tesouros para serem levados desta região, que ainda não encontrou um intérprete à altura das riquezas que mostra", disse certa vez Cézanne, em referência aos cenários que tanto inspiraram suas pinceladas justapostas.

Só a montanha Sainte-Victoire, ao Leste de Aix, está presente em 87 telas feitas pelo pintor entre 1870 e 1906, testemunhando a evolução do artista desde a fase pré-impressionista até o advento do cubismo, homenagem que garantiu ao monte o status de Patrimônio da Humanidade.

Hoje, um roteiro pela chamada Rota Cézanne revela locais onde o artista viveu e trabalhou, como a bela propriedade familiar Jas de Bouffan e o ateliê construído na Colina de Lauves em 1901. Outros locais podem ser descobertos num percurso a pé pelo coração de Aix, chamado Sobre os Passos de Cézanne. Símbolos com a inicial C no chão das ruas indicam o itinerário, desde a sua casa natal até o último endereço, na rua Boulegon.

OUTROS PINCÉIS - De Marselha a Digne les Bains, passando por Arles e Saint-Tropez, são inúmeros os locais que serviram de motivo para os grandes movimentos picturais da época: impressionismo, fauvismo e cubismo.

Joseph Vernet (1714-1789) foi o primeiro a se interessar pela luminosidade do Sol do Midi. Autor de uma série famosa sobre os portos da Provença, ele aconselhava os alunos a reproduzirem a natureza nas telas olhando bem o azul do céu, que torna as cores mais vibrantes e fortalece os contrastes.

Van Gogh (1853-1890) foi outro que baixou por lá atraído pelo perfil artístico das paisagens. Em Arles - também brilhantemente reproduzida por Gauguin e Picasso -, Van Gogh pintou as famosas telas Os Girassóis e A Ponte de Arles. E durante o confinamento no monastério de Paul-de-Mausole, em Saint-Rémy, cometeu uma de suas maiores loucuras: cortar a própria orelha.

O apelo da Provença também atraiu para a região, na virada do século 20, jovens pintores, como André Derain (1880-1954), Georges Braque (1882-1963) e Raoul Dufy (1877-1953), que realizaram no vilarejo de Estaque a experiência do fauvismo e do cubismo. Renoir (1841-1919), também aportou em Estaque em busca de paisagens à altura de sua genialidade, enquanto Nice foi eternizada nos quadros de Matisse (1869-1954).




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