Economia Titulo
Recap tem dois projetos no valor de R$ 110 milhoes
Walter Wiegratz
Da Redaçao
29/01/2000 | 17:28
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A Refinaria de Capuava, de Mauá, tem dois projetos prontos que vao demandar investimento de cerca de US$ 110 milhoes. De acordo com o superintendente da Recap, Joao Adolfo Oderich, um dos projetos, de US$ 40 milhoes, deve ser iniciado nos próximos meses.

"O projeto está pronto e definido e deveria ter começado em novembro último. Nao vejo a hora de iniciar as obras, tanto que as empresas encarregadas da construçao já estao licitadas", admitiu Oderich. Por razoes estratégicas, ele nao divulga o parceiro no projeto, que é uma das empresas que integram o Pólo Petroquímico de Capuava (PqU) e está interessada na fabricaçao de polipropileno.

O outro projeto, de valor estimado por Oderich entre US$ 60 mil e US$ 70 mil, também terá a contrapartida de um dos integrantes do pólo e consistirá na transformaçao da matéria-prima nafta em eteno. Os US$ 110 milhoes levam em conta apenas os investimentos dentro da Recap, excluindo a contrapartida dos dois respectivos parceiros.

Os projetos em questao permitirao que produtos que normalmente sao queimados, como é o caso do gás, se transformem em nobres, com mais valor agregado, o que acaba gerando uma receita ainda maior para a indústria. Em 1999, a empresa faturou cerca de R$ 300 milhoes por mês. Desse valor, 25% retornam ao município mediante o recolhimento do ICMS.

Há menos de um ano à frente da Recap, Oderich aposta nas virtudes da refinaria, que, no seu entender, encontra-se em uma área estratégica que aumenta sua competitividade. "Estamos simplesmente no meio do maior mercado consumidor da América Latina, e isso pode ser traduzido como vantagem competitiva", afirma o executivo. Ele vai além, ao dizer que "a Recap tem tudo para se tornar a refinaria de melhor margem no sistema da Petrobras".

Outra vantagem diz respeito à logística de transportes, que permite à refinaria entregar ou receber produtos com baixo custo operacional. "Contamos com uma ampla facilidade para movimentar produtos e serviços, além de termos acesso fácil a uma mao-de-obra altamente capacitada, um mercado consumidor ávido, embora muito exigente", ressalta.

Oderich também afirma que o Grande ABC possui alguns aspectos negativos, tais como um sistema viário estrangulado, que dificulta o deslocamento de pessoas e de materiais, "uma água cara e de qualidade ruim, além de estar muito suscetível a inundaçoes".

Atualmente, a Recap possui 30% do mercado em que atua, mas os investimentos recentes na primeira unidade de craqueamento de resíduos permitirao um acréscimo de 50% na produçao de gasolina e gás de cozinha. "Nao vamos ter dificuldades para comercializar esse novo percentual de produtos, porque vendemos tudo o que produzimos", enfatiza o superintendente.




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