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Esgoto vaza e juíza interdita penitenciária em Iperó (SP)
Do Diário do Grande ABC
12/04/2000 | 17:36
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A juíza de Boituva, Ana Cristina Paz Néri, mandou interditar e esvaziar as lagoas de tratamento de esgotos da Penitenciária Estadual de Iperó por estarem vazando e colocando em risco a água consumida pela populaçao das duas cidades, captada no rio Sarapuí. O presídio, com mais de 900 presos, terá que ser desocupado para o cumprimento da ordem.

O prazo dado hoje pela juíza é de 72 horas. Caso nao seja cumprida a ordem, os responsáveis ficarao sujeitos a processo por desobediência e terao que pagar multa diária de R$ 5 mil. A penitenciária foi construída há menos de um ano e está recebendo presos há seis meses. A direçao do presídio alega nao ter onde pôr os presos e vai tentar derrubar a liminar no Tribunal de Justiça (TJ).

O pedido de desocupaçao do presídio para a recuperaçao do sistema de tratamento de esgotos foi feito pela promotora pública Cristina Palma. Ela juntou laudos técnicos comprovando que o esgoto in natura estava vazando das lagoas e indo para o Rio Sarapuí, que passa ao lado. As águas do rio sao captadas 50 metros abaixo do presídio para o abastecimento dos moradores de Boituva e Iperó.

Em fevereiro deste ano, a regional da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em Sorocaba autuou a penitenciária por lançar efluentes in natura no rio e deu prazo para o saneamento, imediato, das falhas no sistema. No último dia 16 a bióloga Ana Lúcia Abib de Barros fez laudo atestando que formigas haviam destruído o sistema de impermeabilizaçao dos tanques, provocando os vazamentos.

A juíza entende haver risco de proliferaçao de doenças, como a hepatite e a febre tifóide. Sao 60 mil pessoas das duas cidades abastecidas pelo rio. O diretor-geral da penitenciária, Joao Batista Pascoal, estava reunido na tarde desta quarta-feira com representantes do Ministério Público, em Boituva, tentando uma soluçao para o problema.




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