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Cidade do Rio de Janeiro exporta 'viagra caboclo'
Do Diário do Grande ABC
11/03/2000 | 15:06
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Festas como o carnaval que passou exigem muito do corpo. Dançar, cantar, enfim, cair no samba é extremamente desgastante. Mas para os moradores do município de Paraíba do Sul, na Regiao Sul Fluminense, uma ajuda vinda da natureza promete reposiçao das energias para ninguém ficar de língua de fora em qualquer situaçao. O responsável por esse estímulo é um composto energético feito com plantas medicinais, desenvolvido pelo laboratório municipal. O composto, que nao tem nome mas recebeu da populaçao o apelido de viagra caboclo, por suas propriedades vasodilatadoras, é o mais famoso produto de uma lista de remédios produzidos na cidade, distribuídos gratuitamente.

A criaçao da cápsula energética de cor escura, que contém guaraná, catuaba, ginseng e marapuana, é da farmacêutica Érika Isabela Gomes de Carvalho Vizeu. Ela conta que a idéia do viagra natural surgiu dos pedidos dos pacientes. "Há seis anos me pediram uma fórmula com plantas medicinais que estimulasse as pessoas. Como o viagra estava no auge, acrescentei na fórmula energética uma planta que comprovadamente atua como estimuladora do órgao sexual", explica Erika.

Atualmente sao produzidas na cidade cerca de 6 mil cápsulas por mês. Cada uma tem 500 miligramas e deve ser ingerida quatro vezes ao dia. O medicamento só é liberado com prescriçao médica.

Quem já experimentou garante os resultados. O coronel do Corpo de Bombeiros do Rio, Luis Fernando Costa Souza Maia, 56 anos, é um dos usuários. Ele tomou o medicamento quando esteve na cidade por causa das enchentes. "Conheci o viagra caboclo e, desde entao, uso e recomendo", diz o coronel. Arredio, como todos os homens quando o assunto é a impotência sexual, ele desconversa. "Acho que essa história é um pouco exagerada, eu nao estava precisando", garante o bombeiro.

Para dar uma idéia do poder do remédio, ele cita a sua rotina: "Meu melhor termômetro sao os três lances de escada que tenho que subir e descer várias vezes por dia no meu trabalho. Depois desse novo viagra comecei a subir as escadas sem problema", compara Luis. Para bom entendedor, meio degrau basta.

De acordo com o prefeito de Paraíba do Sul, Rogério Onofre (PSDB), o investimento vale a pena. A criaçao de um laboratório de manipulaçao de medicamentos fitoterápicos e alopáticos nao custou mais do que R$ 22 mil. Já o custo/mês para mantê-lo nao passa de R$ 3 mil.

"Atendemos gratuitamente 7.300 pessoas por mês. E com a produçao de medicamentos no município conseguimos uma economia que varia de R$ 30 a 40 mil por mês. Medicamos a populaçao e com isso gerimos melhor os recursos do Sistema Unico de Saúde", diz o prefeito. A receptividade tem sido tao boa, atraindo inclusive pessoas de outros municípios, que Rogério Onofre planeja ampliar o laboratório que, além do viagra caboclo, ainda produz 36 medicamentos.

Durante o carnaval, além da panacéia sexual, outro remédio muito procurado foi a fórmula hepatoprotetora, indicada para quem abusou da bebida. A secretária de Saúde do município, Giselle Gama Cruz, faz as contas. "Os preços praticados no mercado farmacêutico sao em média 177% mais caros do que os alcançados por nós. Em alguns casos, a diferença chega a 700%"

O viagra caboclo, alerta a secretária, nao deve ser dado para crianças com menos de três anos, mulheres grávidas e pessoas hipertensas. "Todos os medicamentos só podem ser adquiridos através de prescriçao médica. Apesar de ser natural, tem efeitos colaterais que variam de caso à caso", ressalta Giselle.




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