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Irã diz que o Ocidente não pode impedir seu programa nuclear
Da AFP
12/04/2006 | 09:23
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O chefe do Estado-Maior do Irã, general Hassan Firuzabadi, afirmou nesta quarta-feira que o Ocidente não pode fazer nada para deter o programa nuclear do país. A declaração de Firuzabadi foi feita um dia após o Irã desafiar mais uma vez a comunidade internacional ao anunciar que concluiu o enriquecimento substancial de urânio, contrariando a vontade do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Os conhecimentos neste campo são indestrutíveis. Agora esta ciência nos pertence, somos capazes de construir centenas de fábricas de conversão e milhares de centrífugas para o enriquecimento de urânio", declarou.

O anúncio de que Teerã conseguiu enriquecer urânio foi feito na terça-feira pelo diretor da Organização Iraniana da Energia Atômica, Gholamreza Aghazadeh. Toda a comunidade internacional é contrária ao fato por temer que o Irã inicie a produção de uma bomba atômica.

"Dominamos esta tecnologia. O Ocidente não pode fazer nada e está obrigado a estender a mão da amizade", advertiu o general Firuzabadi.

Segundo o ex-presidente iraniano Akbar Hachemi Rafsandjani, a experiência foi realizada em cascata, em um conjunto de 164 centrífugas. Este número é, em tese, insuficiente para produzir urânio altamente enriquecido, a 90%, necessário para o armamento atômico.

Porém, o verdadeiro problema não é o número de centrífugas, e sim os conhecimentos técnicos. Caso o Irã dê um grande passo tecnológico e controle o funcionamento de uma cascata de pequeno tamanho, ninguém o impedirá de passar ao enriquecimento em grande escala — o que permitirá a fabricação da bomba atômica.

Por este motivo, sob pressão dos Estados Unidos e seus aliados, o Conselho de Segurança da ONU deu prazo ao Irã até 28 de abril para a suspensão de todas as atividades de enriquecimento, assim como já havia exigido a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

"O Irã segue pelo mau caminho", afirmaram Washington e Londres, que qualificaram o anúncio iraniano de "não muito útil". Moscou pediu a Teerã a suspensão das atividades do programa nuclear.

"Não se pode dar aos iranianos um pretexto para fazer com que as coisas piorem. Há uma data limite, até 28 de abril, e a porta continua aberta até então", destacou um diplomata estrangeiro, que no entanto duvida da boa vontade do Irã.





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