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IBGE: desemprego nos centros altera migração no Brasil
Do Diário OnLine
27/06/2003 | 12:05
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Os altos índices de desemprego e a crescente falta de oportunidade nos grandes centros contribuíram para a mudança do perfil migratório no Brasil, como mostram os dados do Censo 2000 divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A saída de nordestinos rumo ao Sudeste ainda é grande, mas não ocorre com a mesma força da década de 80. Menos oportunidades de trabalho nos centros têm segurado os nordestinos na sua região e forçado o movimento de retorno aos Estados de origem.

Mesmo assim, o fluxo migratório é grande – 7,4 milhões de pessoas trabalham ou estudam fora de seus municípios de origem. No entanto, segundo o IBGE, a mudança não tem mais tanto sucesso, e os migrantes saem de seus Estados jovens, constituem família longe de casa e retornam. “A mudança na migração está fundamentalmente ligada à estagnação econômica e ao desemprego”, explica o técnico do IBGE Fernando Albuquerque.

Entre 1995 e 2000, mais de 5,2 milhões de brasileiros migraram. Somente as áreas rurais perderem 247 mil pessoas no período, e a região Nordeste continua sendo a que mais ‘exporta’ mão-de-obra. No geral, a idade média dos migrantes é 27,5 anos, 66% deles não completaram o ensino fundamental e 43% não tinham rendimento.

O Censo 2000 detectou que 75% dos movimentos migratórios realizados durante os cinco anos anteriores tinham como origem e destino áreas urbanas. 12,4% foram rurais-urbanos, 7,7% foram urbano-rurais e 4,8% originaram-se e destinaram-se a áreas rurais. Segundo o levantamento, 53,1% dos emigrantes eram brancos, 40,1% eram pardos, 5,1% pretos, 0,7% amarelos e 0,4% pardos. Cerca de 43% do total de imigrantes não tinham qualquer tipo de rendimento.

O levantamento revela também que o número de pessoas que se desloca de uma cidade para outra foi maior do que o de pessoas que se transferiram de um Estado para outro (cerca de cinco milhões em 2000). São Paulo é o Estado que mais atrai migrantes, mas tem perdido população entre os mais qualificados, apresentando um saldo negativo de quase 11 mil pessoas com 15 anos ou mais de estudo.

Deficiência — Segundo os dados divulgados nesta sexta, o número absoluto de cegos e surdos no País, que é de 148 mil e 166 mil, respectivamente. A maior proporção se encontrava no Nordeste (16,8%) e a menor, no Sudeste (13,1%). Em 2000, nove milhões portadoras de deficiência estavam trabalhando, mais cerca de 30% dos deficientes recebiam menos de um salário mínimo. Entre os sem deficiência, o percentual da população com menos de um mínimo era de 22,4%.

A maioria dos portadores de deficiência que trabalhavam estavam empregados no setor de serviços ou comércio. A taxa de alfabetização entre os deficientes era de 72%. Do total de pessoas de 15 anos ou mais de idade sem instrução ou com até três anos de estudo, 32,9% eram portadoras de alguma deficiência.

Quanto à expectativa de vida, o brasileiro vive em média 68,6 anos e passa 80% da vida sem apresentar nenhuma incapacidade. Como a esperança de vida livre de incapacidade é de 54 anos, a população viverá em média 14 anos com algum tipo de deficiência.

Religião — Segundo o levantamento, a religiosidade aumenta de acordo com a idade. Em 2000, 7,4% dos brasileiros se declararam sem religião, mas no grupo com idade superior a 65 anos esse índice não passou de 3,7%. Os católicos apostólicos romanos continuam sendo a maioria – 73,6% da população -, mas esta foi a religião que apresentou menor ritmo de crescimento entre 1995 e 2000.

Entre as religiões mais numerosas, os espíritas apresentaram os melhores indicadores de escolaridade e renda. Do outro lado estão os evangélicos pentecostais, que tinham a maior proporção - em torno de 30% - de pessoas com rendimento de um a dois salários mínimos.




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