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Capacidade produtiva da região está no limite
Antonio Rogério Cazzali
Do Diário do Grande ABC
27/01/2001 | 19:35
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A indústria da região precisa se modernizar para continuar crescendo em 2001. Mesmo com o resultado positivo da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que revelou, na semana passada, que a confiança do empresariado é a maior desde 1998, a manutenção desse otimismo depende de investimentos que tornem a produção nacional mais competitiva.

Segundo o diretor do departamento de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e diretor da MGM Mecânica Geral e Máquinas, de São Bernardo, Mário Bernardini, a capacidade de produção, sobretudo do segmento de bens de capital (máquinas e equipamentos), já está no limite. “A recuperação dessa indústria começou no fim de 1999 e 2000 também foi um ano muito bom para o setor, entretanto, se não houver investimentos em modernização dos equipamentos, não há como mantermos esse bom ritmo”, comentou o diretor. Bernardini disse que, diante do grande volume de produção, uma quebra de máquina pode representar atraso de produção e perda de dinheiro.

Para o diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de São Caetano e proprietário da Metalúrgica Fami Itá, William Pesinato, o otimismo entre o empresariado do Grande ABC realmente existe. Entretanto, embora reconheça que o parque industrial necessite de um impulso tecnológico para produzir mais e melhor, o diretor ressalta que este setor teme pacotes inesperados, a exemplo do que já ocorreu no passado. “Tantos anos de desconfiança no governo requerem outros anos mais de equilíbrio e medidas que protejam a indústria nacional”, alertou.

Segundo a gerente da agência de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, de São Bernardo, Diana Ahmar de Moraes, o clima positivo apontado pela pesquisa da CNI se reflete no aumento do interesse das micro, pequenas e médias empresas pelas exportações. “Quando o empresário sente que seu país está em equilíbrio, cria coragem para buscar outros mercados. Nossa meta é aumentarmos o volume de exportações em 20% sobre o ano passado.”

Para a diretora Comercial da Harty Cosméticos, de São Caetano, Neusa Armstrong Gambatto, as perspectivas para este ano confirmam o indicador da sondagem trimestral da CNI, de 65,3 pontos, cerca de 5,5% maior em relação à pesquisa anterior. “O que eu percebo é que estamos mais maduros, pois as crises internacionais não estão nos afetando com tanta facilidade como no passado. Mas o investimento em tecnologia é fundamental neste momento crítico, pois crescemos bastante e só conseguiremos outros patamares com equipamentos e tecnologias mais sofisticados.”

Na opinião do presidente da Resinor – Resinas Sintéticas do Nordeste, de Mauá, Sérgio Wright, o otimismo vem embalado pela sinalização do governo de que pretende investir na construção civil, principalmente em casas populares. “Quando as coisas vão bem, a construção civil é a primeira a sentir”, comentou Wright. Segundo ele, um dado bastante importante é o de que o Brasil, se por um lado exporta pouco – o que é ruim para a balança comercial –, por outro não depende, ou melhor, não é afetado diretamente pelas intempéries da economia internacional. “Acredito que os coreanos se preocupam mais com uma possível crise norte-americana do que nós”, disse o presidente da Resinor.

Para o diretor da Resiplastic, de Mauá, José Jaime Zacarelli Salgueiro, o crescimento previsto para este ano envolve empresas de todos os portes, pois uma depende da outra. “Neste ano deveremos faturar cerca de 10% a mais do que em 2000.”




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