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CPI pede relaçao de funcionários do TJ-MT
Do Diário do Grande ABC
05/10/1999 | 18:36
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A Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário no Senado requisitou nesta terça-feira ao Tribunal de Justiça (TJ) de Mato Grosso a relaçao de todos os funcionários do órgao. Os senadores querem saber quem sao os parentes dos 20 desembargadores e como ingressaram no TJ.

Segundo o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), na próxima semana, a CPI começa a fazer o cruzamento das informaçoes para checar as denúncias de prática de nepotismo feitas pelo juiz assassinado Leopoldino Marques do Amaral. "Queremos comprovar se há nepotismo de fato para tomarmos as providências cabíveis." Nesta quarta-feira (06), faz um mês que o corpo do juiz foi localizado em Concepción, no Paraguai, parcialmente carbonizado com dois tiros na cabeça. O superintendente da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso, Claúdio Luiz da Rosa, disse que as investigaçoes estao adiantadas. "Estamos no caminho certo das investigaçoes", limitou-se a dizer. "A PF vai apresentar em breve à sociedade nao só os executores, mas também os mandantes", garantiu.

A PF e o Instituto Médico-Legal (IML) de Mato Grosso querem evitar polêmica sobre a identificaçao do cadáver enterrado em setembro em Poconé (100 quilômetros de Cuiabá) como sendo de Amaral.

O IML apresentou nesta terça-feira um laudo em que foram detectados 18 pontos de coincidência nas impressoes digitais do juiz assassinado há um mês. Os familiares de Amaral estao sendo pressionados por membros do Judiciário para fazer a exumaçao do corpo para que sejam tiradas todas as dúvidas.

O coordenador de perícia do IML do Estado, Alinor Costa, que fez os exames de necropsia, dactiloscópico (digitais) e odontolegal (arcada dentária) no juiz, descarta essa possibilidade.

Segundo o legista, o corpo encontrado é mesmo do juiz, pois sao necessários apenas oito pontos de coincidência para a confirmaçao positiva de um exame dactiloscópico. "Se encontrássemos 12 pontos, seria o máximo para a confirmaçao, mas decidimos seguir adiante para uma análise mais profunda", explicou.

Apesar de ter pedido amostras de sangue da primeira mulher, dos filhos, da mae e do irmao de Amaral para realizaçao de dois exames de DNA, o IML terá apenas um laudo do laboratório do campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) de Piracicaba, no interior de Sao Paulo. "Solicitamos dois exames apenas por segurança, mas vamos ter apenas um laudo, que eu vou buscar em maos, pessoalmente, e com segurança", disse o legista.

Ele informou que o resultado final do exame vai ser divulgado apenas num prazo de 40 a 90 dias, a contar de 19 de setembro, quando foram enviadas as primeiras amostras de sangue. "Qualquer resultado com um tempo menor, neste caso específico, pode nao ter muita credibilidade."




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