A leitura do relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados deverá ser concluída nesta terça-feira. Caso o relatório não for lido e votado até domingo, a Comissão corre o risco de ser encerrada sem conclusões aprovadas pelos deputados que a integram.

Na semana passada, a CPI iniciou a discussão sobre a parte do relatório do deputado Marco Maia (PT-RS) que trata de infra-estrutura. Nela, o parlamentar aponta procedimentos para resolver a crise aérea brasileira. Entre eles, estão a necessidade de construir um novo aeroporto em São Paulo para atender à demanda de passageiros, a priorização de investimentos na malha aeroviária, para adequá-los a novas demandas, e a abertura capital da Infraero.

De acordo com a proposta apresentada pelo deputado, o controle acionário da União estaria mantido, mas haveria a possibilidade de abrir para a iniciativa privada alguns aeroportos brasileiros.

O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) deverá apresentar voto em separado pedindo o indiciamento de toda a diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), por omissão e ineficiência na adoção de medidas para resolver a crise aérea, além  de improbidade administrativa e indícios de fraude ou falsidade ideológica. Fruet avisou que tomará essa atitude caso o relatório não recomende as medidas, principalmente no caso da ex-diretora Denise Abreu.

Segundo o parlamentar, pesa contra ela o fato de ter prestado informações contraditórias sobre o documento que enviou à Justiça para liberar a pista do Aeroporto de Congonhas. Apesar de sustentar que o documento não era oficial, Denise Abreu o entregou à juíza Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal de São Paulo. Com base nesse documento, a juíza liberou a pista de Congonhas no início do ano.