O ex-presidente peruano Alberto Fujimori será extraditado para o Peru, depois que a Suprema Corte do Chile aprovou nesta sexta-feira o pedido de extradição feito pelo governo peruano por casos de corrupção e abusos dos direitos humanos.

A decisão foi tomada pelo presidente da Segunda Sala Penal da Suprema Corte, Alberto Chaigneau, que explicou que a extradição foi aprovada em função de sete processos, dois por violação dos direitos humanos e cinco por atos de corrupção atribuídos a seu regime (1990-2000).

O primeiro-ministro peruano, Jorge del Castillo, afirmou hoje que seu governo definirá nas próximas horas o local de reclusão de Fujimori.

"É preciso definir com a maior tranqüilidade e bom julgamento o local de reclusão. Não pode haver maus-tratos nem atitudes condescendentes; simplesmente ser justos no que corresponde", afirmou.

Segundo a procuradora da Nação, Adelaida Bolívar, o processo judicial contra Fujimori se iniciará "de imediato" no Peru, tão logo ele seja confinado num centro de detenção depois de chegar extraditado do Chile.

Em primeira instância, em 11 de julho, o pedido de extradição havia sido rejeitado pelo juiz chileno Orlando Alvarez, considerado conservador. O Estado peruano havia apelado da sentença.

Defesa-  Hoje, a defesa de Alberto Fujimori anunciou que vai respeitar a decisão da justiça chilena sobre a extradição do ex-presidente para o Peru, e não apresentará nenhum recurso para adiar o cumprimento da decisão.

"Vamos respeitar a decisão da justiça chilena", afirmou o advogado Gabriel Zaliasnik, depois de conhecer a decisão da Suprema Corte do Chile. "O senhor Fujimori, desde que chegou a este país, disse que acataria a decisão dos tribunais chilenos e é isso o que vamos fazer", insistiu.

A decisão desta sexta é inapelável, mas permite a apresentação de um recurso de retificação que não mudaria o conteúdo, embora pudesse atrasar sua execução.

O advogado Alfredo Etcheverry, representante do Estado peruano no processo de extradição, se declarou satisfeito com a decisão da justiça,

"Estou muito satisfeito que tenham sido consideradas as acusações mais graves contra o sr. Fujimori", enfatizou.

Fujimori aguarda a execução da sentença sob prisão domiciliar. Depois de ser notificado pelo secretário do tribunal, Carlos Meneses, deve ser levado para ficar detido numa unidade policial e assim ter assegurada sua repatriação.