Apesar da melhora no índice de desemprego no Grande ABC em abril, há incertezas em relação às perspectivas dos especialistas para o indicador nos próximos meses.

Dúvidas quanto à evolução favorável da produção industrial, diante de sinais de enfraquecimento do nível de renda da população, dificultam que se faça prognósticos, segundo o gerente de análises do Seade, Alexandre Loloian.

Dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) para a região metropolitana de São Paulo mostram que o indicador parou de aumentar por causa de abertura de 60 mil vagas em serviços e de 30 mil no grupamento outros serviços (que inclui a construção civil). Já a indústria eliminou 57 mil empregos (retração de 3,5%) no mês e o comércio cortou 5 mil postos (-0,4%).

O fato preocupa especialmente porque um dos ramos industriais que mais demitiram (com redução de 5,5% no mês) foi o metalmecânico (que agrega indústrias de autopeças, montadoras de veículos e fabricantes de máquinas e equipamentos). Essa é uma das principais atividades econômicas dos sete municípios.

O diretor do Departamento de Indicadores Econômicos da secretaria municipal de Desenvolvimento de Santo André, Dalmir Ribeiro, também vê com preocupação esse cenário. "O mercado ainda está aquecido no varejo e em serviços, a dúvida é até quando esses setores vão suportar a manutenção do nível de ocupação", disse.

SERVIÇOS - O aumento de vagas no ramo de call center e as admissões para o Shopping Praça da Moça contribuíram para a ampliação de 39% na captação de vagas do CPETR (Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda) de Diadema no primeiro quadrimestre frente ao mesmo período de 2008, apesar da elevação da taxa de desemprego pelo mesmo comparativo.

No entanto, o coordenador do centro, Jerônimo de Almeida Neto, citou que a procura por vagas também tem crescido nos últimos meses. Em fevereiro, foram 1.200 pessoas cadastradas, em março, esse número subiu para 1.600. Neste mês, já são 2 mil.