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Canadá busca integração com empresas
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/10/2009 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Com potencial para negócios na área de componentes automotivos, artigos hospitalares, equipamentos para a indústria do plástico, entre outros itens, o Canadá é um mercado consumidor ainda pouco explorado pelo Brasil e que pode ser melhor aproveitado pelas empresas exportadoras do Grande ABC.

Foi o que apontou ontem o diretor executivo da CCBC (Câmara de Comércio Brasil-Canadá), James Mohr-bell, em palestra no Anfiteatro Municipal, organizada pela Prefeitura de Santo André.

Segundo Mohr-bell, o país pode ser interessante para empresas do Grande ABC por vários motivos: fundamentos econômicos sólidos (inflação e juros baixos, orçamento superavitário etc.), vantagens tributárias, mais facilidade de acesso aos Estados Unidos (por conta da Tratado de Livre Comércio da América do Norte), menor burocracia do que em outros países e relação de proximidade com o Brasil em algumas áreas, por exemplo.

Ele citou que o Canadá é o destino número 1 de estudantes brasileiros - todos os anos, 17 mil vão para lá fazer cursos. Outros pontos de contato: grandes empresas, como Vale, Petrobras e Gerdau, têm investido nesse mercado, e há cerca de 200 companhias canadenses atuando de forma direta no Brasil.

A consultora da CCBC Janaína Calonga destacou ainda que, em função das características da economia do país, há oportunidades identificadas para equipamentos para indústrias do plástico e do papel e para a área médico-hospitalar, produtos esportivos e alimentos como biscoitos e confeitados. Em relação aos tributos, Janaína assinalou que há isenção de tarifa de importação para alguns itens - por exemplo, peças de máquinas agrícolas.

Mesmo com as vantagens e o fato de haver fabricantes do Grande ABC que desenvolvem os itens listados, a corrente de comércio (exportações mais importações) ainda é pequena - cerca de US$ 5 bilhões em 2008. "Tanto o Canadá quanto o Brasil têm muito a oferecer um para o outro", avaliou Mohr-bell.

PARA O MUNDO - É o segundo evento do programa Do ABC para o Mundo, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento e Ação Regional do município, e que se destina a dar suporte para pequenos empreendedores interessados em ingressar no mercado internacional. O primeiro, em junho, foi ministrado por representantes da Câmara de Comércio França-Brasil.

A atividade, aberta gratuitamente para as empresas, foi mais uma oportunidade para executivos da região conhecerem o ‘caminho das pedras' do mercado internacional.

Para Márcia Miranda, representante de fábrica de equipamentos para produtos plásticos Mocap, de Santo André, os dados apresentados agradaram. "Atualmente não exportamos, mas tivemos um cliente dos Estados Unidos que adquiriu uma máquina nossa."

A assistente comercial Chleoe Pinheiro, da empresa Júlio Verne, também foi obter informações sobre esse mercado, para verificar a possibilidade de a companhia - que desenvolve máquinas de raio X para uso industrial - exportar serviços. "Já fazemos assistência para a América Latina", ressaltou.

PRÓXIMO - O próximo passo do programa Do ABC para o Mundo (ainda sem data definida) deverá ser palestra sobre Cabo Verde.

Segundo o secretário de Desenvolvimento, Vanderlei Retondo, a ideia é oferecer condições para que o município volta a ser "pujante" nas exportações. Neste ano, até setembro, as vendas ao Exterior de empresas da cidade caíram 31% frente ao mesmo período de 2008.




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