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Bush não precisa de aval do Congresso para ataque ao Iraque
Do Diário OnLine
Com Agências
26/08/2002 | 19:37
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O presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, não precisa consultar o Congresso americano para decidir sobre um eventual ataque ao Iraque. A Casa Branca confirmou no final da tarde desta segunda-feira o conteúdo da matéria publicada no Washington Post, que antecipou a possibilidade de Bush optar unilateralmente pela ofensiva no Iraque. O governo americano confirmou ainda que Bush vai consultar o Legislativo caso pretanda atacar o país de Saddam Hussein, mesmo sem precisar fazê-lo.

Conforme publicou o Washington Post, duas decisões anteriores do Congresso dão aval para que Bush opte sozinho por uma ofensiva contra o Iraque. A primeira delas foi tomada em 1991, durante a gestão do pai de Bush, autorizando o envio de tropas americanas para combater as forças iraquianas que haviam invadido o Kuwait. A segunda é de 14 de setembro de 2001 (já durante a gestão George W.Bush), que dá ao governo americano a possibilidade de utilizar a força contra organizações terroristas. O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, destacou ainda que a Constituição faz do presidente dos EUA o comandante-em-chefe das Forças Armadas – o que dá a liberdade para ele determinar o uso do Exército como e onde bem quiser.

Mas Fleischer destacou que a intenção do governo americano não é 'atravessar' o Congresso ou mesmo os aliados estrangeiros dos EUA na decisão de um eventual ataque contra o Iraque. "O presidente Bush, entretanto, continuará consultando nossos aliados estrangeiros e continuará consultando o Congresso", afirmou. "O Congresso tem um papel importante a desempenhar", acrescentou.

Bush teria sido informado de sua autonomia no caso pelo conselheiro Al Gonzales.

Certeza - O vice de George W.Bush, Dick Cheney, defendeu nesta segunda-feira um ataque contra o país de Saddam Hussein para prevenir futuros problemas. Discursando para veteranos de guerra em Nashville (Tennessee), Cheney disse que os EUA não viverão "à mercê dos terroristas".

O nº 2 da administração americana disse ter "certeza" que Saddam Hussein tem armas de destruição em massa escondidas no Iraque e que o ditador iraquiano seria capaz de usá-las contra os Estados Unidos. O vice de Bush defendeu que a recusa do governo iraquiano em aceitar uma inspeção internacional para o desarmamento "cria um imperativo para a ação preventiva".

"A inércia traz mais riscos que a ação", advertiu Cheney, alegando que os Estados Unidos devem atacar o Iraque agora para evitar problemas futuros. "Se tivesse sido possível prevenir (os atentados) de 11 de setembro, os Estados Unidos o teriam feito sem hesitar", discursou. "Nosso país não viverá à mercê dos terroristas ou de regimes de terror", prosseguiu.

Novo front - Segundo a edição desta segunda-feira do New York Times, o governo iraquiano espera um ataque dos Estados Unidos e já prepara uma estratégia para conter a ofensiva americana. Oficias do Pentágono e estudiosos ligados ao governo americano afirmaram ao NYT que a tática de Saddam Hussein seria diferente daquela que falhou no confronto de 1991: em vez de concentrar o conflito no deserto, transferir o front para centros urbanos.

As fontes do NYT afirmam que as forças de defesa do Iraque estão armando suas posições em torno de Bagdá. O Iraque também estaria espalhando suas unidades de exército e defesa antiaérea por todo o país, para evitar a concentração que favoreceu os Estados Unidos no confronto de 1991.

"O Iraque não tem esperanças de prevalecer em um combate militar direto, e eles provavelmente perceberam isso depois da Tempestade no Deserto", afirmou ao NYT Kenneth M. Pollack, diretor de estudos de segurança nacional no Conselho de Relações Estrangeiras e ex-analista de ações militares do Iraque para a CIA (serviço de inteligência dos EUA).




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