Economia Titulo Dia do Trabalho
Cerca de 900 fiéis vão à
missa em São Bernardo

Pelo 32° ano consecutivo, Igreja Matriz celebra a data
sob tema 'Viver para trabalhar ou trabalhar para viver'

Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
02/05/2012 | 07:14
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Apesar do horário (9h) e do frio que rondava os 10°C, a manhã de ontem não afugentou os fiéis da igreja Nossa Senhora da Boa Viagem (conhecida como Igreja Matriz de São Bernardo), onde foi celebrada a tradicional missa do trabalhador.

Sob o tema Viver para trabalhar ou trabalhar para viver, a 32ª edição da missa contou com a presença do bispo dom Cláudio Hummes, que durante a homilia enfatizou o desejo da redução do desemprego e melhores condições de trabalho para todos os brasileiros.

"Os trabalhadores do Grande ABC sempre souberam reivindicar, com métodos pacíficos e este é o motivo pelo qual a igreja sempre os apoiou", disse o bispo, que como um dos grandes parceiros dos sindicalistas, defendia e abrigava os trabalhadores na época da ditadura militar.

Seja para agradecer pelo emprego ou para pedir uma colocação no mercado de trabalho, cerca de 900 pessoas estiveram presentes à celebração. Pouco, quando comparado ao ano passado, que reuniu cerca de 1.200 fiéis - motivados também pela suposta presença do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, que não aparece por lá há cinco anos.

Mesmo com a ausência de Lula (que se recupera de um câncer), a tradição da missa em reunir autoridades permanece. Dentre os políticos presentes estavam a deputada estadual Ana do Carmo (PT) e os deputados federais Vanderlei Siraque (PT) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), que comemorou a atual situação do Brasil, como os 30 milhões de pessoas que saíram da miséria, os mais de 1 milhão de filhos de operários que entraram na universidade, entre outras conquistas. "Está perfeito? Não! Além das 40 horas semanais de trabalho e de maior número de empregos diretos, nós queremos impedir que a privatização das empresas prejudique o trabalhador brasileiro", afirma Vicentinho.

CONQUISTAS - Uma das presenças que mais movimentaram os fiéis (e tietes) foi a do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. Depois de cumprimentar o pároco da igreja, padre Giuseppe, posar para uma infinidade de fotos e distribuir abraços e apertos de mão, o político assistiu à missa na primeira fileira de bancos. Durante breve discurso, fez questão de frisar o bom momento do Brasil, que ocupa importante destaque na economia mundial. "Os frutos da luta cravada na época da ditadura estão sendo colhidos agora. Naquele tempo, o Grande ABC criou uma consciência nacional onde se instalou a democracia e, em consequência, uma série de conquistas para o povo."

Questionado sobre o que o trabalhador pode esperar para este ano, Marinho enfatizou: "Nosso desafio é crescer e gerar oportunidades, afinal, o Brasil está recebendo alta demanda de pessoas vindas de fora do País (CF51fugindo da crise europeia/CF)."

/CWEMEstreitando o assunto para a região, Marinho afirma que o grande destaque da Prefeitura de São Bernardo é o investimento (não falou em valores) em capacitação profissional. Os programas também englobam pessoas que estão fora do mercado de trabalho, inclusive moradores de rua.

 

Clima é de otimismo entre os jovens

Cerca de 6% dos brasileiros estão desempregados. Sim, um número que poderia ser melhorado, mas nem por isso a celebração foi marcada por protestos - como visto em anos anteriores. Alguns dizem que as pessoas estão mais satisfeitas, outras dizem que o brasileiro está enxergando perspectivas no Brasil e "olhando para trás", visto que na Europa, o índice de desemprego ultrapassa os 20%.

Desempregado há três meses, o jovem Paulo Rocha de Souza, 26 anos, diz que sua expectativa cresceu em relação ao futuro, "O desenvolvimento do País e as novas oportunidades dão fôlego extra na busca por nova oportunidade. Meu próximo passo é tentar carreira dentro da política, por conta das eleições, este é um ano promissor", enfatiza.

Para Paulo Rogério Garcia, 35, este é o tempo de mudanças. Trabalhando como operário há mais de dez anos, ele acredita que é hora de respirar novos ares. "A estabilidade da economia, o aumento da renda e a facilidade de ingresso nas universidades me estimularam a galgar outras oportunidades no mercado de trabalho", diz o jovem. "Já que as condições me permitem, volto a estudar neste ano. O futuro promete!", considera.




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