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Mauá: 2º colocado vai questionar resultado de concurso
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
17/07/2002 | 00:08
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O universitário Marcos Tarquiano Vicente, 29 anos, de São Paulo, segundo lugar na única vaga em disputa para o cargo de produtor de páginas na Internet no concurso realizado pela Prefeitura de Mauá (que teve cerca de 56 mil inscritos), vai entrar com representação no Ministério Público da cidade. Marcos afirma estar convencido de que houve “fraude” nos exames, organizados pela Fundação Getúlio Vargas, e que aprovou em primeiro lugar Rita de Cássia Santos da Cruz, filha da secretária de Administração e Reforma Administrativa de Mauá, Vilma Maria dos Santos, na função disputada por ele e mais oito pessoas.

O concurso foi realizado em duas fases. Na primeira etapa (objetiva), Rita – estudante de Letras na USP – ficou em 10º lugar, com 67.86 pontos, atrás de Thiago de Oliveira Batista Ferreira, 19 anos, de Mauá, e que cursa Economia na USP, e Marcos – que também faz o terceiro ano de Ciências Sociais na USP –, ambos com 82.14, e de outros sete candidatos. Com a redação, Rita conseguiu o primeiro lugar ao tirar a nota máxima – 100.

Marcos já atua como produtor de página da internet. “Pela primeira vez em um concurso, o peso da nota de redação foi o mesmo da prova objetiva”, afirmou Marcos, ao deduzir como Rita conseguiu saltar de 10º lugar para a primeira colocação. O também ex-estudante de Estatística na Unicamp ainda questionou: “Não é só o critério de avaliação da prova dissertativa, mas como ela (Rita) tirou 100, o que era necessário para ser aprovada, e os demais candidatos, como eu, abaixo de 60?”

Marcos entrou com recurso na FGV para questionar o critério de análise do Diário do Grande ABC, mas, segundo ele, não houve resposta por parte da entidade.

O tema da prova dissertativa foi sobre violência na escola. “Com certeza absoluta me saí bem, pois já escrevi em outros concursos, inclusive na FGV, e sempre tirei acima de 8 nas redações”, disse o universitário, que afirma ter sido aprovado nos recentes exames do Tribunal Regional Eleitoral e Tribunal Regional Federal.

O fato, apesar de o concurso ser público e o edital não proibir a participação de parentes de pessoas ligadas à prefeitura, chamou a atenção dos vereadores de Mauá porque Vilma Maria foi uma das organizadoras.

A reportagem entrou em contato com a FGV, mas não encontrou ninguém para comentar o assunto. O secretário de Comunicação da Prefeitura, Celso de Castro Barbosa, voltou a afirmar nesta terça que a administração não tem dúvidas de que o concurso foi realizado com lisura.




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