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EUA devem relaxar embargo a Cuba
José Antonio Pedriali
Especial para o Diário
10/06/2000 | 19:58
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O Congresso dos Estados Unidos está analisando desde quarta-feira o projeto de lei do deputado democrata George Nethrcutt, de Washington, que abranda o embargo imposto ao regime cubano, permitindo a venda de remédios e alimentos para o país. O embargo foi imposto há 40 anos, como retaliaçao à nacionalizaçao de empresas e à expropriaçao de propriedades de norte-americanos feitas após o triunfo da revoluçao liderada por Fidel Castro sobre o regime de Fulgêncio Batista.

Desde o ano passado, o governo de Bill Clinton vem recebendo pressao crescente de políticos e empresários para liberar, mesmo com restriçoes, o comércio com Cuba. Clinton se mostra favorável à iniciativa, mas garante que nao irá suspender totalmente o embargo, medida necessária para enfraquecer o poder de Castro. O vice Al Gore, candidato democrata à Presidência nas eleiçoes de outubro, é da mesma opiniao. No Congresso, os defensores do relaxamento do embargo ganham a cada dia mais força.

Enquanto debatem a suavizaçao do embargo, cerca de 70 executivos de grandes empresas, entre elas Pepsi Cola, United Airlines e Caterpillam, participaram de duas reunioes semana passada para analisar as possibilidades de investimento em Cuba assim que a ilha se abrir a investimentos norte-americanos.

Os empresários dao como certa a aprovaçao do Congresso ao projeto de lei e já transformaram Havana num centro de peregrinaçao comercial. Eles querem ser os primeiros a investir na ilha assim que Washington der o sinal verde.

Cerca de 100 empresários de grande porte e também congressistas democratas e conservadores visitaram a capital cubana nos últimos meses. Três deputados negros foram recebidos há alguns dias por Castro. "É muito interessante", disse o líder cubano após receber os deputados, "que haja gente do outro lado do estreito (da Flórida) querendo acabar com o bloqueio".

O relaxamento do embargo terá um efeito político positivo para o governo dos EUA. No ano passado, o país foi condenado pela oitava vez consecutiva pela Assembléia Geral da ONU por sua posiçao inflexível em relaçao a Cuba. A Organizaçao dos Estados Americanos, que readmitiu Cuba entre seus membros, nao se cansa de pedir a Washington que reveja seu relacionamento com o regime de Castro. Até o papa Joao Paulo II classificou, em sua visita a Cuba em janeiro de 1988, de "injustas e eticamente inaceitáveis" as restriçoes econômicas impostas pelos EUA a Cuba.




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