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José Augusto faz lobby para apressar julgamento

STJ analisa ação do pré-candidato tucano ao Paço de Diadema

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
02/05/2012 | 07:28
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O ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) viajou na semana passada para Brasília para tentar acelerar, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), os processos que podem enquadrá-lo na Ficha Limpa e impedi-lo de concorrer à Prefeitura de Diadema em outubro.

José Augusto contatou tucanos de alta plumagem para conquistar o sinal verde para ingressar novamente na corrida eleitoral diademense. Ele esteve com o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com os deputados federais Walter Feldman (PSDB) e William Dib (PSDB), além do ex-ministro da Defesa e do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim. Os encontros tiveram o mesmo propósito: fazer lobby a favor do julgamento de casos que hoje atrapalham sua pré-candidatura.

O tucano é réu em dois processos que correm em Brasília. O primeiro refere-se a um concurso público para contratação de médicos feito em sua única gestão em Diadema, entre 1989 e 1992, pelo PT. José Augusto e sua mulher, a ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), foram aprovados na seleção pública. O Ministério Público ingressou com ação de improbidade administrativa contra José Augusto, que foi condenado em primeira e segunda instâncias.

O outro caso envolve também o deputado federal José de Filippi Júnior (PT) e o vice-prefeito Gilson Menezes (PSB). Entre 1983 e 1996, a Prefeitura de Diadema manteve contrato, sem licitação, com o escritório de Luiz Eduardo Greenhalgh. Durante os 13 anos de vigência - que passou pelos mandatos de Gilson, José Augusto e Filippi, então filiados ao PT -, a advocacia de Greenhalgh defendeu, segundo o MP, apenas duas causas e recebeu R$ 2,1 milhões. Os envolvidos também foram condenados em primeira e segunda instâncias, e recorreram ao STJ.

"É uma injustiça muito grande o que estão fazendo com o Zé Augusto", alegou o presidente do PSDB de Diadema, vereador José Francisco Dourado. Segundo o dirigente, José Augusto abdicou ao cargo de médico concursado em 1992 e não teve influência na contratação do escritório de Luiz Eduardo Greenhalgh em sua gestão. "Não se configurou irregularidade nenhuma. Por isso estamos confiantes que reverteremos em Brasília", avaliou Dourado.

A Lei da Ficha Limpa impede a participação eleitoral de políticos com condenação transitada em julgado. José Augusto teve revés em primeira e segunda instâncias nos dois processos, fato que, hoje, o inviabiliza a participar do pleito em Diadema. As análises no STJ são a única saída para o tucano e a sentença tem de ser proferida antes de 30 de junho, data limite para realização de convenções partidárias e homologações de candidaturas.

Caso Zé Augusto não consiga garantias jurídicas para figurar na eleição diademense, o PSDB projeta alternativas. A principal delas seria parceria com o PV já no primeiro turno, indicando o vice na chapa verde. Coordenador do núcleo sindical do PSDB, Atevaldo Leitão é o favorito para ocupar a vaga, devido à influência com o empresariado.




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